Privatização é a única solução para a Petrobras

Já tratei da Petrobras em diversos posts aqui no blog. Diversos mesmo. Se o dileto leitor quiser fazer uma viagem no tempo, há o assunto/marcador (tag) Petrobras no menu lateral para provar isso.

Em alguns destes posts, comparo a Petrobras à Vale do Rio Doce – atualmente, apenas Vale. Mostro que, a despeito da gritaria de uns ignorantes que criticam a privatização sem saber nada sobre o assunto, a Vale foi imensamente beneficiada ao ser privatizada em 1997, enquanto a Petrobras está… bem, todo mundo sabe que a Petrobras está destruída, né?!
Há mais de 1 ano temos acompanhado as notícias sobre a Operação Lava Jato, e graças a ela vieram à tona alguns dos casos de corrupção, desvios de dinheiro para partidos políticos e gestão temerária da Petrobras.

Lula inflável_pixuleco_088

Mas hoje li algo que sintetiza de forma brilhante a diferença entre uma empresa privatizada – e que, graças a isso, passou a ter uma gestão profissional, independente do partido político (ou organização criminosa) que ocupe a Presidência da República – e a Petrobras – que permanece sujeita a todo tipo de interferência política, desde o uso da empresa para abastecer partidos políticos até controle de preços para não aumentar ainda mais a inflação descontrolada causada pela Dilma Ruinsseff.

Eis aqui, na íntegra:

Murilo Ferreira, que se licenciou esta semana da presidência do conselho de administração da Petrobras, fez ontem um desabafo a um interlocutor. “A Petrobrás não é do acionista majoritário, nem do acionista minoritário — ela é da corporação”, disse Ferreira, que também é o presidente da Vale.
Seu eu fosse morador de Nilópolis, São Gonçalo ou da Baixada [regiões pobres do Rio de Janeiro], eu ficaria revoltado com os tipos de privilégios que os funcionários conseguiram garantir para si mesmos.”
Em seguida, meio constrangido, tirou da carteira um cartãozinho verde. “Sabe o que é isto? É um cartão com o qual eu vou a qualquer farmácia, pago apenas 15 reais e compro o medicamento que quiser. Nenhuma empresa particular no Brasil tem um cartão de convênio médico como esse. Eu nunca usei, senti vergonha.”
E prosseguiu: “Na Vale, consegui tirar os carros dos diretores. Na Petrobrás não é possível diminuir qualquer coisa que a corporação não queira.”
Esse espírito de corpo, segundo Murilo, “não permite imaginar que qualquer coisa vá mudar lá.”
E, fazendo referência a um prêmio internacional que ganhou como CEO da Vale, disse, “Eu não poderia arriscar minha reputação continuando ali.”

Com este pequeno relato, o Geraldo Samor mostra que privatizar a Petrobras é a única solução.

Os problemas da Petrobras não se resumem à gestão temerária do PT, nem ao uso político deste elefante mastodôntico. A Petrobras tem problemas internos que jamais mudarão enquanto ela pertencer a um Estado gigantesco que não consegue administrar nada – e gasta muito e mal.

A Petrobras criou uma cultura organizacional que impossibilita que ela se torne uma empresa eficiente e moderna. A Petrobras é obsoleta, ineficiente, cara e isso não se deve exclusivamente à gestão temerária nem aos roubos do PT e demais membros da OrCrim (Organização Criminosa, termo da Polícia Federal).

Eu já demonstrei aqui, por exemplo, que a Petrobras passa vergonha ao ser comparada à petroleira colombiana EcoPetrol: a despeito de ser uma empresa muito maior, a rentabilidade da Petrobras é RIDICULAMENTE BAIXA (6,7%) diante da rentabilidade da EcoPetrol (19%). Não é só isso: a EcoPetrol produz, por funcionário, mais do que o dobro da Petrobras (2,3 vezes para ser exato). Para relembrar o quadro comparativo que usei em 2014:

Comparação entre alguns resultados da Petrobras com a Ecopetrol da Colômbia
Comparação entre alguns resultados da Petrobras com a Ecopetrol da Colômbia

Vemos que não se trata APENAS de gestão temerária, corrupção ou uso político: a Petrobras tem uma cultura organizacional que já incorporou mamatas possíveis apenas no perdulário Estado brasileiro, que não se importa com produtividade, apenas com o patrimonialismo.

Esta noção muito peculiar de que concurso público é a muleta de salvação, de que concursados só têm direitos e pouca ou nenhuma obrigação, de que benefícios não podem ser revertidos ou cancelados vai continuar infestada na Petrobras – e vai mantê-la uma empresa gigante, ineficiente, cara e ruim.

Petrobras: a queda monumental

E a notícia espalhou-se ontem: a Petrobras, tragada pela desastrosa combinação de gestão temerária e corrupção do PT, sofreu uma queda vertiginosa no ranking das maiores empresas do mundo. Conforme relata o Estadão (íntegra AQUI):

Envolvida em escândalos de corrupção, crise financeira e atrasos nas divulgações contábeis, a Petrobrás caiu da 30ª para 416ª colocação entre as maiores empresas globais na lista anual publicada pela revista americana Forbes. A lista considera a estatal uma das “maiores perdedoras” em 2015 entre as 2.000 empresas analisadas. A revista classificou a “turbulência” da petroleira como um “conto preventivo” para empresas de mercados emergentes, que nos últimos anos vinham ganhando terreno na lista. Em 2012, a Petrobrás ocupou a 10º colocação entre as empresas, diante da expectativa com a exploração das reservas do pré-sal. No ano seguinte, a companhia já havia caído para a 20ª posição.
A queda expressiva da posição da companhia é explicada pela revista como decorrente de “escândalos contábeis e de corrupção”. A revista analisou os dados apresentados pela estatal no seu balanço anual de 2014, publicado no último dia 22. Os ativos da Petrobrás foram avaliados em US$ 298,7 bilhões, uma queda de 7% em relação ao registrado no ano anterior. A companhia foi avaliada em US$ 44,4 bilhões – quase a metade do registrado em 2014, de US$ 86,8 bilhões.
Entre as grandes petroleiras do mundo, a estatal brasileira está posicionada abaixo de suas principais parceiras. A Exxon é a mais bem colocada, na sétima posição, com um valor de mercado de US$ 357 bilhões. A PetroChina vem logo na sequência, com US$ 334 bilhões em valor de mercado. Shell aparece na 13ª posição, com valor de mercado de US$ 195 bilhões. Já a Chevron, Total, BP e Statoil figuram, respectivamente, nas posições 16ª, 35ª, 41ª e 103º. Empatada com a Statoil aparece a chinesa CNOOC, parceira da Petrobrás na área de Libra, no pré-sal da Bacia de Santos.

Quem quiser, pode ler o texto original da Forbes AQUI.

petrobras1Eu venho escrevendo há algum tempo sobre a Petrobras, pois ela demonstra de forma cristalina o desastre causado pelo PT no Brasil. É importante deixar claro que os problemas não começaram agora – eles estavam escondidos, embaixo do tapete. Porém, a sujeira mais cedo ou mais tarde acaba se revelando. A partir de 2014 as cagadas monumentais do PT vêm saindo debaixo do tapete – apenas e tão somente porque não havia mais tapete suficientemente grande para esconder tanta sujeita, tanta corrupção, tanta incompetência.

Eu já demonstrei AQUI que a Petrobras piorou a partir de 2003. É preciso registrar que sob FHC e o PSDB, a Petrobras poderia ter sido muito melhor administrada, mas pelo menos ela não estava sendo vítima de gestão temerária, coisa que foi imposta à estatal por Lulla – especialmente quando ele nomeou dois gestores desastrosos para presidentes da Petrobras. O mais desastroso dos dois, aliás, foi o sindicalista José Sérgio Gabrielli. Merece o prêmio de pior arremedo de gestor do Século.

E não foi apenas a Forbes a desnudar a combinação de corrupção e incompetência do PT na Petrobras. Depois que o balanço de 2014 foi divulgado, o excelente site O Antagonistareportou:

A Economist comentou os números da Petrobras: “Limpar a Petrobras (e o sistema político do Brasil) é uma tarefa de longo prazo. No curto prazo, a empresa está focada na sobrevivência, com a queda da produção, o preço do petróleo baixo, o dinheiro escasso e uma conta salgada para desenvolver seu ativo mais valioso: o pré-sal. Os empréstimos contraídos pela administração anterior deixaram a Petrobras como a empresa mais endividada do mundo, e quando o escândalo de corrupção estourou, ela se tornou um pária dos mercados de capitais. O futuro da empresa, porém, não se limita à sua gestão. Os políticos devem não só parar de roubar: eles devem também se abster de interferir.
O partido da presidente Dilma Rousseff, o esquerdista PT, obrigou a Petrobras a vender gasolina importada com prejuízo. O governo insiste que a Petrobras deve assumir a liderança no desenvolvimento dos campos do pré-sal – uma tarefa para a qual ela pode ter o conhecimento técnico, mas não a capacidade financeira. Alguns destes problemas vão cair no colo da Shell. A gigante anglo-holandesa acaba de comprar a BG, que é uma grande parceira da Petrobras. A Shell tem o dinheiro e a tecnologia para tocar os projetos, mas precisa tomar muito cuidado num país em que a presunção é sempre punida”.

Como se percebe, os problemas da Petrobras são muitos, variados. Celso Ming, no Estadão (íntegra AQUI) fez um bom resumo dos problemas mais graves:

A síntese do balanço auditado da Petrobrás e dos reconhecimentos explícitos e implícitos que o acompanharam é a de que o prejuízo produzido pela incompetência ou, simplesmente, pelos erros de administração foi substancialmente maior do que a corrupção. E que os estragos produzidos pelas políticas do governo foram ainda mais graves do que os da incompetência. As baixas contábeis atribuídas às perdas por corrupção ficaram nos R$ 6,2 bilhões. Enquanto isso, as atribuídas por diferença patrimonial (impairment) foram de R$ 44,6 bilhões. Essa diferença de valor patrimonial teve duas origens: decisões equivocadas, omissões e atrasos nos projetos de investimento; e perda de preço por fatores de mercado.

Os erros foram ainda mais desastrados quando se leva em conta, em primeiro lugar, o sangramento, desde 2008, de cerca de R$ 60 bilhões em seu caixa, conforme cálculo do ex-diretor-geral da Agência Nacional do Petróleo (ANP) David Zylbersztajn. Foi provocado pela política de preços de dumping a que a empresa foi submetida, inferiores até aos que ela própria pagou com importações de combustíveis. E, em segundo lugar, pela imposição de custos mais altos para cumprir exigências de conteúdo nacional em equipamentos. A presidente Dilma, que nesta sexta-feira afirmou que a Petrobrás “superou os seus problemas de gestão” com a divulgação do balanço, vinha repetindo que era preciso defender a empresa dos seus inimigos. Pelo efeito predatório exposto oficialmente no balanço, os maiores inimigos foram as políticas adotadas até agora e os erros de administração. Muitos critérios utilizados no balanço ainda serão questionados. É difícil de fazer, por exemplo, uma distinção entre baixas por impairment e baixas por corrupção. Impairment, ou a deterioração de valor, pode acontecer por incompetência administrativa ou simples perda de valor de mercado por baixa de preços. Nas refinarias, incompetência e corrupção se combinam. […]

O endividamento líquido da estatal, agora de R$ 282,1 bilhões, equivalente a quase cinco vezes sua capacidade de gerar recursos com seus negócios, tem de ser revertido porque é insustentável. Desinvestimento e capitalização seriam caminhos naturais para isso. No entanto, alguns dos principais ativos da Petrobrás, as refinarias, não têm condições de ser revendidos. Não há quem os compre, porque a política de preços dos combustíveis não é confiável.

Em entrevista a esta Coluna na quinta-feira, o presidente da empresa, Aldemir Bendine, garantiu que os preços dos combustíveis seguirão a paridade externa e que já há interessados em participar de refinarias, mas que “esse projeto não é para curto prazo”. Sobra então a entrega de campos produtores e o setor de distribuição (BR Distribuidora). Enquanto a empresa não for definitivamente saneada e operar mais enxuta, será impensável a recapitalização. E há as políticas. O marco regulatório do pré-sal se transformou em armadilha para a Petrobrás. Ela não pode ser a única operadora e ter pelo menos 30% dos investimentos. Se é para passar a limpo e para gerar riquezas sustentáveis com petróleo, é preciso rever tudo.

É preciso repetir à exaustão: a Petrobras não chegou a este estado deplorável em 6 meses ou 1 ano apenas. Ela não foi vítima de meia dúzia de empreiteiras corruptas.

A Petrobras chegou a esta situação pavorosa graças a uma sucessão de erros, além da corrupção perpetrada por gente que foi colocada na estatal por partidos políticos – especialmente o PT, o PMDB e o PP. Mas não se pode ignorar: desde 2003, o PT é o partido que tem a palavra final nas indicações de cargos-chave, apenas e tão somente porque o PT é o partido (ou, para ser mais exato, a organização criminosa disfarçada de partido político) da Presidência da República. Infelizmente.

Durante 8 anos, foi Lulla quem teve o poder de indicar o presidente da Petrobras. Depois, foi Dilma Ruinsseff. Aliás, eu já mostrei um vídeo AQUI no blog, mas vou repeti-lo porque merece:

Nesta época, Dilma era Ministra da Casa Civil. Imediatamente antes, ela era Ministra das Minas e Energia (pasta responsável pela Petrobras). O mais importante: ela era a Presidente do Conselho de Administração da Petrobras.

Hoje, sabendo o que já se sabe sobre o desastre na Petrobras, fica mais do que evidente que ela mentiu. Mas não só isso: ela mostrou ser completamente incapaz. Uma combinação desastrosa, como atestam os números da Petrobras.

unnamedMais um conjunto de dados para dimensionar a queda da Petrobras (íntegra AQUI):

A crise que atingiu a Petrobras no ano passado colocou fim a uma antiga trajetória de expansão no quadro de funcionários da estatal, que durou pelo menos durante a última década. Dados divulgados na semana passada pela companhia apontam que, no final de 2014, o corpo funcional da empresa era composto por 80.908 funcionários próprios, uma retração de 6% em relação aos 86.108 do final de 2013. O número do ano passado é o menor desde 2011, quando a companhia terminou o ano com 81.918 funcionários. No ano anterior, a marca ainda era de 80.492 empregados. Documentos disponibilizados pela estatal desde 2004 mostram que, no decorrer da última década, o corpo funcional apenas cresceu. Entre 2003 e o ano seguinte, o aumento foi de 6,6% e o número de funcionários chegou a 52.037 pessoas. Esse número chegou a 53.933 em 2005, 62.266 pessoas em 2006, 68.931 pessoas em 2007, 74.240 em 2008 e 76.919 em 2009. No início desta década, a trajetória continuou inalterada. Os dados de 2010 (80.492 pessoas) e 2011 (81.918 funcionários) foram seguidos por um total de 85.065 pessoas em 2012.
Além dos funcionários próprios, a Petrobras ainda contabilizava ao final do ano passado um total de 291.074 empregados de empresas prestadoras de serviços. O número representa uma retração de 19,2% em relação aos 360.180 terceirizados contabilizados no final de 2013. Em 2004 eram apenas 146.826 empregados terceirizados. A queda mais expressiva de funcionários terceirizados deve ser explicada pela decisão da Petrobras de reduzir o ritmo de investimentos em 2014 e, ao mesmo tempo, muitas de suas parceiras enfrentarem problemas associados à evolução das investigações da Polícia Federal no âmbito da Operação Lava Jato. Empresas como o Grupo Galvão, que já demitiu mais de 9 mil pessoas, era responsável pelo andamento da fábrica de fertilizantes em Mato Grosso do Sul e do Complexo Petroquímico do Estado do Rio de Janeiro (Comperj), por exemplo. As duas obras foram incluídas pela Petrobras em uma lista de projetos sem data prevista para conclusão.

Curioso notar que os pilantras, os boçais e os ridiculamente ignorantes que andam espalhando mentiras sobre a discussão da terceirização jamais reclamaram da imensa quantidade de funcionários terceirizados que a Petrobras mantém. Por que será?

Vamos ver algo interessante sobre a questão da terceirização no caso específico da Petrobras:

A refinaria de Abreu e Lima foi um dos principais dutos de desvio de dinheiro da Petrobras ao longo dos últimos anos. Segundo o balanço que a companhia apresentou nesta semana, a unidade em Pernambuco e o Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro respondem, juntos, por mais da metade da baixa contábil de 52 bilhões de reais em 2014: um baque de 30 bilhões de reais. E a depreciação não deve parar por aí. Isso porque as obras da refinaria ainda não acabaram. Impedida de contratar as empreiteiras envolvidas na Lava Jato, a estatal teve de confiar a continuidade dos projetos a pequenas construtoras locais, e algumas delas, por sua vez, estão repassando o serviço a terceiros. Enquanto, em Brasília, o governo sofre derrotas por se opor ao projeto de lei que amplia a terceirização, a Petrobras coloca em prática muito mais que isso: há uma ‘quarteirização’ em curso na refinaria, que deixa funcionários sem qualquer vínculo ou garantia trabalhista – e tudo sob as vistas grossas da estatal.

Como consequência da Operação Lava Jato, que investiga os desmandos e desvios de dinheiro na estatal, 23 empreiteiras que há décadas prestam serviços no setor de óleo e gás foram impedidas de continuar operando nas obras da Petrobras. Entre elas estão as principais empresas que atuam em Abreu e Lima: Engevix, Camargo Corrêa, Odebrecht e Queiroz Galvão. Como 60% do projeto ainda não está concluído, a petroleira se viu obrigada a recorrer a empresas locais para dar sequência aos trabalhos – abrindo mão de licitação ou qualquer outro tipo de avaliação criteriosa. O problema é que as novas subcontratadas também relegam o serviço a terceiros.

A íntegra da reportagem está AQUI. Para quem se interessa sobre o tema, vale a leitura.

Evidentemente a terceirização não é um problema para a Petrobras – apenas mais um sintoma da hipocrisia que domina a esquerda defensora do PT, que finge não ver problema quando a estatal terceiriza, mas se faz de horrorizada quando um projeto de lei propõe a flexibilização da obsoleta CLT através de um instrumento em tese muito útil para, ao mesmo tempo, aumentar o rendimento líquido dos trabalhadores e reduzir os custos trabalhistas de quem contrata.

O problema da Petrobras é a gestão temerária – e a gestão de pessoal faz parte deste rol. Conforme eu já demonstrei aqui, a Petrobras iniciou um processo contínuo de contratação de pessoal em 2003, mas sua produtividade CAIU. Muita gente contratada, mas com resultados ruins. Relembrando o que eu havia escrito:

A quantidade de funcionários aumentou 113%, mas a receita por funcionário aumentou 22%. Isso indica claramente perda de produtividade. E não é pouca! Vamos falar da PRODUÇÃO? Este indicador é o mais vergonhoso. No período compreendido entre 2002 e 2013, a produção (barris/dia) por funcionário CAIU de 37 para 22, ou seja, CAIU 40%.

Para encerrar, uma continha triste que O Antagonistafez:

Na década de 1950, a Petrobras foi criada sob o slogan de “O petróleo é nosso”. Na segunda década do século XXI, a Petrobras tem uma dívida de 300 bilhões de reais, o que dá 1 500 reais para cada brasileiro. O slogan agora é “O papagaio é nosso”. Herança do nacionalismo combinado ao petismo.

A Petrobras foi vitimada por duas “ideologias” torpes e nefastas: a soma do nacionalismo exacerbado com o petismo celerado (com o perdão do pleonasmo vicioso).

#HumanizaRedes é o mais novo fiasco do PT

Em tese, o novo mandato de Dilma Rousseff começou em Janeiro de 2015 – portanto, há pouco mais de 4 meses. Neste período, foram tantas crises causadas pela incompetência do próprio governo que qualquer pessoa com QI acima de 12 morreria de pena – ou de rir. Foram tantos erros, de proporções tão surpreendentes, que a sensação é a de fim de governo. Mas como se trata de Dilma Rousseff, tudo sempre pode piorar. E piora mesmo.

Na semana passada, o governo fez um evento para lançar uma proposta chamada #HumanizaRedes – sim, com a hashtag. Desde então, a conta desse “serviço” no twitter tem sido a efígie do (des)governo Dilma: só enfiou os pés pelas mãos, só fez (e escreveu) besteira. Mas a melhor parte: desde sexta-feira (há 4 dias, portanto), a conta vem sendo bombardeada no twitter (não acompanho no Facebook, mas imagino que também esteja) graças a uma iniciativa ABSOLUTAMENTE GENIAL do Danilo Gentili:

Ao iG, Danilo falou nesta segunda-feira (13) sobre o perfil Desumaniza Redes e contou que comprou pessoalmente um prêmio para os participantes. “Comprei um Playstation do meu bolso e vou sortear pra quem mais xingar as redes sociais que o governo criou para combater ‘o ódio’ na internet”, conta. Até o fechamento desta matéria, o perfil do governo contabilizava 7,5 mil seguidores enquanto o criado por Gentili marcava 23,5 mil. Procurada pelo iG, a assessoria de comunicação da Presidência da República não retornou o contato.
“Essa conversa de dividir pra conquistar já deu no saco e está muto manjada. Eles sempre criam algum termo bonitinho em novalíngua mas que no mundo real significa ‘censura’ pura e simples. Essa bobagem autoritária está toda sendo paga com o meu e o seu dinheiro. Usam nosso dinheiro para dizer pra gente o que podemos ou não falar”, argumenta o apresentador. “Dessa vez criaram ‘humanizar’. Claro, eles são os ‘humanizadores’ e, se você der qualquer opinião contrária à agenda política deles, torna-se o oposto disso, ou seja, ‘desumano’. E, dessa forma, vão marginalizando e criminalizando opiniões contrárias à ideologia e à agenda política deles. Então, se esses canalhas são os humanos, temos que ter orgulho em ser desumanos – e manter a liberdade para isso, sempre”, defende Danilo.
Para finalizar, Danilo propõe fazer o contrário do que pede a campanha oficial. “Até desenho criminalizando opinião eles já fizeram para explicar para retardados a censura. Com esses autoritários não tem que dialogar, só ‘desumanizar’ mesmo”.

O Danilo Gentili está coberto de razão: não existe forma “respeitosa” e/ou “racional” para lidar com (mais) esta iniciativa burra, tosca e petética do PT; só resta recorrer ao humor para expor mais uma tentativa forçada de impôr uma agenda que, sob o disfarce inócuo do “politicamente correto” embute um objetivo do PT e de suas linhas auxiliares: a supressão do direito de opinião, da liberdade de pensamento. Vejam o vídeo:

É preciso retomar um fato aqui: algumas (poucas) semanas atrás, o Estadão divulgou um relatório supostamente produzido pela Secretaria de Comunicação da Presidência (SECOM), que escancarava alguns fatos graves – mas amplamente conhecidos por qualquer pessoa que se informe um pouquinho e tenha capacidade de pensar.

O documento escancarou que o PT vem usando, há bastante tempo, dinheiro e estrutura do Estado (portanto sustentado com o dinheiro dos impostos, taxas e tarifas de todo o cidadão brasileiro) para sustentar uma rede de blogs e sites sujos (que eu costumo chamar de esgotosfera) cuja única finalidade é defender o PT e, para tanto, acusar quem quer que seja dos mais hediondos crimes, ofensas etc. São blogs/sites do mais baixo nível, com textos pavorosos, imagens feitas para ofender mesmo e, se preciso, espalhar mentiras das mais descabidas sobre adversários políticos quando interessa ao PT. Um deles publicou, na época do julgamento do mensalão, uma imagem comparando o Ministro Joaquim Barbosa a um macaco; o mesmo blog, em 2010, havia chamado todos os paulistas de “bestas” – na época, salvei a página, porque acabaria, claro, saindo do ar; essa gente não assume as responsabilidades pelas mentiras, calúnias e impropérios que publicam:

Blog da Dilma e os paulistas BESTAS
Clique na imagem para ampliar

Além desses blogs e sites que são lidos e produzidos por uma escumalha desqualificada, o documento da SECOM menciona a Dilma Bolada, aquela aberração que começou como um perfil de humor e acabou transformando-se numa pantomima ridícula e ofensiva. E paga – a peso de ouro. Repetindo: tudo com dinheiro público!

Não custa lembrar, ainda, os subterfúgios aos quais o PT recorre, sem nenhum pudor, em época eleitoral, conforme eu detalhei AQUI no blog. São ações das mais baixas, torpes, para espalhar mentiras e evitar qualquer processo judicial.

Dentro deste contexto, portanto, não adianta imaginar que acionar o governo pelas vias legais seja suficiente para barrar uma iniciativa como esta #HumanizaRedes. Não é.

O melhor, mais rápido, mais efetivo jeito é exatamente este que o Danilo Gentili escolheu: usar uma das características das redes sociais para promover a esculhambação – pela via do humor. Deixar claro que a iniciativa é tosca, ridícula, e tem uma finalidade nada republicana. Basta acompanhar o perfil @desumanizaredes no Twitter para ver que o objetivo tem sido alcançado. Com folga. Ao final do texto mostrarei alguns exemplos. Por ora, fiquemos com o #HumanizaRedes propriamente dito.

O primeiro ponto a ser observado: verifique quais pessoas/perfis o @HumanizaRedes segue no twitter. Apenas e tão somente perfis que defendem Dilma, o PT ou suas linhas auxiliares. Muitas dessas pessoas/perfis, aliás, produzem ofensas e violações de direitos humanos na internet – mas isso não importa, pois defendem a Dilma, o PT, os corruPTos de estimação deles etc…

O segundo ponto: na última segunda-feira (13/04) começou uma polêmica levantada justamente graças ao @DesumanizaRedes: o logotipo do governista #HumanizaRedes é um plágio. Depois, descobriu-se que era uma imagem de uso gratuito, mas não poderia, por contrato, ser usada como logotipo de uma empresa/organização. Mais tarde (tudo no mesmo dia!), descobriu-se que a Leo Burnet foi a agência que desenvolveu a “campanha” do #HumanizaRedes (por enquanto não há “campanha” nenhuma, apenas um site bem ruinzinho e um perfil do Facebook e no Twitter). A seguir (ainda no mesmo dia!) o burburinho foi acerca do valor gasto pela Presidência da República com esta iniciativa tosca.

Desde a criação do perfil @DesumanizRedes, tudo o que o site governista fez foi tentar se explicar. E só conseguiu enrolar-se mais. Tiveram que emitir uma nota, para tentar esclarecer o plágio do logo. A nota emitida afirmava:

“A logomarca do Humaniza Redes – Compartilhando Respeito foi desenvolvida pela agência Leo Burnett Tailor Made, responsável pela conta da Secom, conforme apontado no Portal Transparência. O Humaniza Redes esclarece que não há plágio, visto que a imagem é encontrada com royalties free, no banco público Getty Images”

Qual o problema com essa nota? Simples: ou a logomarca foi desenvolvida pela Leo Burnett ou não foi. Se ela está no banco público Getty Images, ela não foi desenvolvida pela Leo Burnett para o site. Ou uma coisa, ou outra.

Não foi esclarecido o valor gasto – com a logomarca especificamente, nem tampouco com o site como um todo. Até porque o site não oferece nada de novo, em termos de serviço ao cidadão. Leia os detalhes AQUI.

OUTRA COISA: Na segunda-feira à tarde, depois que houve o questionamento sobre o plágio, mudaram a imagem do perfil @HumanizaRedes no Twitter. Apareceu este aqui:

DesumanizaRedes_2015-Apr-13Depois disso, não sei exatamente em qual momento (não fiquei acompanhando o caso 24 horas ininterruptamente), o logo originalmente usado acabou retornando:

#HumanizaRedes 1Resumindo: o PT usa o governo (e suas estruturas, como Ministérios, Secretarias, autarquias, bancos, estatais etc) para financiar uma rede de blogs, sites e perfis ofensivos, burros e/ou criminosos (isso quando não reunem todas essas características de uma só vez), cujo objetivo é tentar silenciar qualquer um que se oponha ao governo. E o que foi feito para impedir isso? Para punir?

Nada.

Há algumas iniciativas, de alguns deputados e/ou senadores, que tentam revelar detalhes escusos do vínculo entre o PT, o governo e os sites sujos, mas elas são poucas, esparsas e insuficientes. A boa notícia, todavia, é que aqueles que se opõem ao governo e/ou ao PT, não têm mais medo dessa patrulha ideológica rastaquera. Assim como o PT e seus asseclas perderam o controle das ruas, estão perdendo também a hegemonia na internet. E fora dela.

É importante deixar claro: trata-se de uma questão de COMUNICAÇÃO. Durante décadas a esquerda reinou absoluta: as redações de jornais e revistas (imprensa no geral) sempre foram um reduto da esquerda. Isso tem mudado. A mesma coisa acontece na Universidade, igrejas, sindicatos, ONGs etc. A esquerda sempre teve total e completo domínio. Sobre essa questão da comunicação e da censura, aliás, vale a leitura DESTE texto, cujo início eu copio aqui:

No vocabulário orwelliano crimideia significa qualquer pensamento ou ideia que contrarie a ideologia dominante. A criminalização das ideias foi uma das táticas totalitárias previstas pelo profeta secular George Orwell (1903-1950) no início do século passado.
O clássico “1984” é sobre uma sociedade altamente controlada na qual a crimideia é combatida pela Polícia do Pensamento. O governo totalitário, contudo, sempre troca os significados das palavras para que suas ações não sejam referidas como realmente são.O ministério do governo do Grande Irmão responsável pela tortura dos cidadãos dissidentes, por exemplo, é conhecido como Ministério do Amor.
Eis uma das lições de Orwell: o controle de uma sociedade só é possível por meio do controle da linguagem e do pensamento.
A censura é aceita quando vem com outro nome. Assim como a corrupção, o assassinato em massa, o sequestro das instituições, a destruição da cultura e da moral.
O governo Dilma lançou na semana passada uma iniciativa voltada ao controle da linguagem e do pensamento na internet e também com objetivo de promover uma cultura de denuncismo entre os seus usuários – tudo isso supostamente para “humanizar” as redes sociais. Os humanizadores são, na verdade, policiais do pensamento pagos com o nosso dinheiro para patrulhar nossas ideias. Como o Ministério do Amor em “1984”, que na verdade torturava os cidadãos que desfiavam o Grande Irmão, o Humaniza Redes traz no seu nome a negação do verdadeiro significado de sua existência: a censura.

Este é um problema antigo do Brasil: depois de anos de ditadura militar que foi pintada como sendo “de direita” (não cabe entrar neste particular aqui, mas durante a ditadura militar “de direita” no Brasil o número de estatais cresceu de forma absurda: eram 48 em 1960; 87 em 1969; e finalmente 185 em 1979, conforme o Leo Monastério; vamos lembrar que no espectro político-ideológico, quem adora criar estatais é a esquerda, enquanto a direita, especialmente os liberais, são a favor da privatização, com Estado mínimo), passou a ser ofensivo ser chamado de “direita” no Brasil.
Há razões compreensíveis: no mundo inteiro, não apenas no Brasil, quem é “de direita” está ocupado trabalhando, estudando, criando sua família – e, portanto, tem pouco tempo para passeatas, manifestações, reuniões do DA da faculdade, assembléias etc. Assim, a direita (liberais, conservadores e demais “grupos”) ficava calada, criando a impressão de que não existia ou que seria minoria. Não é.

Ultimamente, tem havido reação. A terceira Lei de Newton está começando a funcionar de verdade no Brasil, depois de um longo e obsequioso silêncio. E a esquerda no geral (e o PT em particular) não sabe lidar com esta reação. Acostumaram-se ao papel de protagonistas, e agora estão sendo forçados a serem coadjuvantes. Inclusive na comunicação.

Vou reproduzir abaixo algumas das respostas que o perfil #HumanizaRedes vem recebendo. Mas recomendo ao leitor que vá até a página diretamente, para ver e acompanhar – está muito engraçado. Como eu mesmo escrevi na madrugada de sexta para sábado:

É necessário reconhecer que o Danilo Gentili deu uma contribuição incomensurável ao Brasil com sua iniciativa. E as pessoas vêm respondendo isso:

PTralhas: criminosos profissionais

A notícia é auspiciosa sob diversos ângulos:

(1) demonstra que o PT flerta com os mais variados tipos de crime sem nenhum constrangimento;

(2) mostra que eles valorizam o crime e a propaganda difamatória muito mais do que valorizam as propostas de seus próprios candidatos;

(3) mostra que ainda existem, dentro do partido, alguns otários que imaginam estar num partido que possui qualquer traço de ideologia, ainda que seja uma ideologia utópica, obscura, ultrapassada e enterrada pela História; e

(4) demonstra o tipinho de gente que chega à Direção do partido, seja em âmbito nacional, estadual ou municipal: com esse tipo de “executiva”, formado por bandidos, o que se pode esperar ?

A contratação de uma gráfica para impressão de 3 milhões de panfletos contra a candidatura de Fernando Gabeira (PV) vai custar mais do que uma investigação do Tribunal Regional Eleitoral (TRE-RJ) ao PT carioca. Uma das correntes do partido, de viés moderado, a Opção Socialista, formalizou à executiva municipal do PT o pedido para uma reunião extraordinária da comissão de ética.

Integrada por prefeitos do interior do Estado, além do ex-prefeito Saturnino Braga, a Opção Socialista quer uma investigação sobre o porquê da decisão de produzir o material não ter sido submetida a qualquer instância de discussão interna. Segundo eles, o PT também precisa explicar o gasto de R$ 42 mil na confecção dos panfletos, valor superior ao investido na campanha do candidato petista ao primeiro turno, Alessandro Molon, que declarou ter recebido apenas R$ 28 mil do partido.

Até o fim da tarde desta segunda-feira (20), o presidente do Diretório Municipal do PT, Alberes Lima, que assumiu a encomenda do material, não foi encontrado para comentar a questão.

Na sexta-feira (17), Alberes confirmou ao UOL Eleições que o PT havia encomendado os panfletos junto à Ediouro. Apreendidos por fiscais do TRE-RJ quando eram distribuídos no Largo do Machado, zona sul do Rio, os folhetos traziam fotografias do prefeito Cesar Maia e do candidato Fernando Gabeira com o sinal de soma entre eles e, no verso, a inscrição “diga não à continuidade do prefeito Cesar Maia. Pense nisso!”.

O dirigente partidário disse que não via problemas da distribuição, por não se tratar de propaganda apócrifa. Os folhetos seguiam assinados por PT, PCdoB, PDT e PSB. De acordo com o chefe de Fiscalização de Propaganda do TRE-RJ, Luiz Fernando Santa Brígida, no entanto, a situação de irregularidade do panfleto estava em não levar a indicação do candidato que seria beneficiado com a sua divulgação. Eduardo Paes (PMDB), que recebeu apoio formal do PT no segundo turno e seria o beneficiado, negou o envolvimento na produção da propaganda negativa, assumida pelo Partido dos Trabalhadores.
FONTE: UOL-Eleições

DIÓGENES JOSÉ CARVALHO DE OLIVEIRA, sortudo

DIÓGENES JOSÉ CARVALHO DE OLIVEIRA.

Este é o nome dele. A “ficha corrida” é simplesmente impecável:

A revolução de Março de 1964 o encontrou como militante do Partido Comunista Brasileiro (PCB). Sentindo-se perseguido, fugiu para o Uruguai, onde ingressou, em 1966, no recém-criado Movimento Nacionalista Revolucionário (MNR) de Leonel Brizola. Ainda nesse ano, arranjado por Brizola, foi fazer curso de guerrilha em Cuba, onde ficou um ano e se destacou como especialista em explosivos. Em 1967, já no Uruguai, tomou consciência de que Brizola era muito de falar e pouco de agir. Diógenes queria, ardentemente, exercitar o que aprendera na ilha de Fidel. Retornou ao Brasil e, em Porto Alegre, conheceu Almir Olímpio de Melo (“Paulo Melo”), que o conduziu a Onofre Pinto, em São Paulo, que também se havia desiludido com o comandante Brizola.

Em Março de 1968, concretizou- se o congresso de fundação da Vanguarda Popular Revolucionária (VPR) – organização comunista criada para derrubar o regime pela luta armada – cuja primeira direção ficou constituída por Wilson Egídio Fava, Waldir Carlos Sarapu e João Carlos Kfouri Quartim de Morais, pelo grupo dissidente da Política Operária (POLOP), e Onofre Pinto, Pedro Lobo de Oliveira e Diógenes José Carvalho de Oliveira, pelo núcleo de remanescentes do MNR. Diógenes conseguiu, assim, iniciar uma longa trilha de sangue, realizando algumas dezenas de ações terroristas na capital paulista, dentre as quais assaltos a bancos, explosões de bombas e assassinatos. O que se segue é, apenas, uma pequena, uma pálida idéia do que praticou esse militante comunista.

  • No início da madrugada de 20 de Março de 1968, participou do atentado que fez explodir uma bomba-relógio na biblioteca da USIS, no consulado dos EUA, localizado no térreo do Conjunto Nacional da Avenida Paulista. Três estudantes amigos, que caminhavam pelo local, foram feridos: Edmundo Ribeiro de Mendonça Neto, Vitor Fernando Sicurella Varella e Orlando Lovecchio Filho, que perdeu o terço inferior da perna esquerda.
  • Na madrugada de 20 de Abril de 1968, preparou mais uma bomba, desta vez lançada contra o jornal “O Estado de São Paulo”, que funcionava na esquina da Rua Major Quedinho com a Rua Martins Fontes; do mesmo modo que a anterior, a explosão feriu três inocentes
  • Na madrugada de 22 de Junho de 1968, participou do assalto ao Hospital do Exército em São Paulo, localizado no Cambuci. Fardados de tenente e soldados, cerca de 10 militantes da VPR renderam a guarda e roubaram nove fuzis FAL, três sabres e quinze cartuchos 7,62 mm
  • Na madrugada de 26 de Junho de1968, fez parte do grupo de 10 terroristas que lançou um carro-bomba contra o Quartel General do então II Exército, no Ibirapuera, matando um dos sentinelas, o soldado Mario Kosel Filho, e ferindo mais seis militares.
  • Em 01 de Agosto de 1968, participou do assalto ao Banco Mercantil de São Paulo, localizado na Rua Joaquim Floriano, 682, no bairro do Itaim, com o roubo de NCr$ 46 mil.
  • Em 20 de Setembro de 1968, participou do assalto ao quartel da Força Pública, no Barro Branco. Na ocasião, foi morto a tiros o sentinela, soldado Antonio Carlos Jeffery, do qual foi roubada a sua metralhadora INA.
  • Em 12 de Outubro de 1968, participou do grupo de execução que assassinou o capitão Chandler, do Exército dos EUA. Foi Diógenes quem se aproximou do capitão – que retirava seu carro da garagem, na frente da mulher e filhos – e nele descarregou os seis tiros de seu revólver Taurus calibre 38.
  • Em 27 de Outubro de 1968, participou do atentado à bomba contra a loja Sears da Água Branca.
  • Em 06 de Dezembro de 1968, participou do assalto ao Banco do Estado de São Paulo (BANESPA) da Rua Iguatemi, com o roubo de NCr$ 80 mil e o ferimento, a coronhadas, do civil José Bonifácio Guercio.
  • Em 11 de Dezembro de 1968, participou do assalto à Casa de Armas Diana, na Rua do Seminário, de onde foram roubadas cerca de meia centena de armas, além de munições. Na ocasiao, foi ferido a tiros o civil Bonifácio Signori.
  • Foi o coordenador do assalto realizado em 24 de Janeiro de 1969, ao 4º RI, em Quitaúna, com o roubo de grande quantidade de armas e munições e que marcou o ingresso de Carlos Lamarca na VPR.
  • Em 02 de Março de 1969, Diógenes e Onofre Pinto foram presos na Praça da Árvore, em Vila Mariana.
  • Um ano depois, em 14 de Março de 1970, foi um dos cinco militantes comunistas banidos para o México, em troca da vida do cônsul do Japão em São Paulo.
  • Diógenes ficou pouco tempo no México, indo rever seus amigos em Cuba, onde ficou por cerca de um ano. Em 25 de Junho de 1971, saiu de Cuba e foi para o Chile, que havia se tornado, com Allende, a nova “Cuba sul-americana” . Com a queda de Allende, em Setembro de 1973, retornou ao México e daí foi para a Europa, onde esteve em diversos países, dentre os quais a Itália e a Bélgica.
  • Em fins de 1974, radicou-se em Lisboa, onde permaneceu um ano.
  • Em Janeiro de 1976, iniciou seu périplo africano, onde foi para Angola e Guiné-Bissau, sempre junto com sua então companheira Dulce de Souza Maia, a “Judith” da VPR.
  • Em 1979 e em 1981, representando o governo de Guiné-Bissau, esteve no Brasil por alguns dias.
  • Em 1986, era o assessor do vereador do PDT Valneri Neves Antunes, antigo companheiro da VPR e fazia parte do movimento “Tortura Nunca Mais”.

Na década de 1990, ingressou nos quadros do PT/RS, sempre assessorando seus líderes mais influentes.
Era o Diógenes da VPR.
Hoje, é o Diógenes do PT
Atualmente é o presidente do Clube de Seguros da Cidadania, em Porto Alegre, órgão encarregado de coletar fundos para o PT.

Como já anotara o jornalista Elio Gaspari (veja aqui), o ilustre “Diógenes do PT” foi agraciado, pelo não menos ilustre Ministro da Justiça ( o PTralha Tarso Genro), com vencimentos de R$ 1.627,72 mensais, fora uma bolada de mais de 400 MIL REAIS a título de “anistia”.

Eis os detalhes:

Publicada no Diário Oficial da União de 24 de janeiro de 2008 – pág. 38
Ministério da Justiça – GABINETE DO MINISTRO
PORTARIA Nº 112 DE 23 DE JANEIRO DE 2008
O MINISTRO DE ESTADO DA JUSTIÇA, no uso de suas atribuições legais, com fulcro no artigo 10 da Lei nº 10.559, de 13 de novembro de 2002, publicada no Diário Oficial de 14 de novembro de 2002 e considerando o resultado do julgamento proferido pela
Comissão de Anistia, na 75ª Sessão realizada no dia 06 de setembro de 2007, no Requerimento de Anistia nº 2003.01.17477, resolve: Declarar DIÓGENES JOSÉ CARVALHO DE OLIVEIRA portador do CPF nº 428.216.490- 53, anistiado político, concedendo-lhe reparação econômica, de caráter indenizatório, em prestação mensal,
permanente e continuada, correspondente ao cargo de Auxiliar Administrativo, conforme informado pela Companhia Estadual de Geração e Transmissão de Energia Elétrica do Rio Grande do Sul – CEEE – GT, no valor de R$ 1.627,72 (um mil, seiscentos e vinte e sete reais e setenta e dois centavos), com efeitos retroativos da data do julgamento em 06.09.2007 a 05.10.1988, perfazendo um total retroativo de R$ 400.337,73 (quatrocentos mil, trezentos e trinta e sete reais e setenta e três centavos), e a contagem do tempo, para todos os efeitos, do período compreendido entre 06.06.1966 e 10.10.1979, nos termos do artigo 1º, incisos I, II e III da Lei nº 10.559, de 2002.

Isso é o PT.

Isso é o que o PT vem fazendo: dilapidando o erário. Fudendo o Brasil.

Direitos humanos – a favor dos bandidos

Complementando o post de ontem (aqui), a coluna de Elio Gaspari na Folha de São Paulo de hoje (aqui) é simplesmente um primor:

Em 2008 remunera-se o terrorista de 1968

DAQUI A OITO dias completam-se 40 anos de um episódio pouco lembrado e injustamente inconcluso. À primeira hora de 20 de março de 1968, o jovem Orlando Lovecchio Filho, de 22 anos, deixou seu carro numa garagem da avenida Paulista e tomou o caminho de casa. Uma explosão arrebentou-lhe a perna esquerda. Pegara a sobra de um atentado contra o consulado americano, praticado por terroristas da Vanguarda Popular Revolucionária. (Nem todos os militantes da VPR podem ser chamados de terroristas, mas quem punha bomba em lugar público, terrorista era.)

Lovecchio teve a perna amputada abaixo do joelho e a carreira de piloto comercial destruída. O atentado foi conduzido por Diógenes Carvalho Oliveira e pelos arquitetos Sérgio Ferro e Rodrigo Lefèvre, além de Dulce Maia e uma pessoa que não foi identificada.
A bomba do consulado americano explodiu oito dias antes do assassinato de Edson Luís de Lima Souto no restaurante do Calabouço, no Rio de Janeiro, e nove meses antes da imposição ao país do Ato Institucional nº 5. Essas referências cronológicas desamparam a teoria segundo a qual o AI-5 provocou o surgimento da esquerda armada. Até onde é possível fazer afirmações desse tipo, pode-se dizer que sem o AI-5 certamente continuaria a haver terrorismo e sem terrorismo certamente teria havido o AI-5.

O caso de Lovecchio tem outra dimensão. Passados 40 anos, ele recebe da Viúva uma pensão especial de R$ 571 mensais. Nada a ver com o Bolsa Ditadura. Para não estimular o gênero coitadinho, é bom registrar que ele reorganizou sua vida, caminha com uma prótese, é corretor e imóveis e mora em Santos com a mãe e um filho.
A vítima da bomba não teve direito ao Bolsa Ditadura, mas o bombista Diógenes teve. No dia 24 de janeiro passado, o governo concedeu-lhe uma aposentadoria de R$ 1.627 mensais, reconhecendo ainda uma dívida de R$ 400 mil de pagamentos atrasados.

Em 1968, com mestrado cubano em explosivos, Diógenes atacou dois quartéis, participou de quatro assaltos, três atentados a bomba e uma execução. Em menos de um ano, esteve na cena de três mortes, entre as quais a do capitão americano Charles Chandler, abatido quando saía de casa. Tudo isso antes do AI-5.

Diógenes foi preso em março de 1969 e um ano depois foi trocado pelo cônsul japonês, seqüestrado em São Paulo. Durante o tempo em que esteve preso, ele foi torturado pelos militares que comandavam a repressão política. Por isso foi uma vítima da ditadura, com direito a ser indenizado pelo que sofreu. Daí a atribuir suas malfeitorias a uma luta pela democracia iria enorme distância. O que ele queria era outra ditadura. Andou por Cuba, Chile, China e Coréia do Norte. Voltou ao Brasil com a anistia e tornou-se o “Diógenes do PT”. Apanhado num contubérnio do grão-petismo gaúcho com o jogo do bicho, deixou o partido em 2002.

Lovecchio, que ficou sem a perna, recebe um terço do que é pago ao cidadão que organizou a explosão que o mutilou. (Um projeto que re- vê o valor de sua pensão, de iniciativa da ex-deputada petista Mariângela Duarte, está adormecido na Câmara.)
Em 1968, antes do AI-5, morreram sete pessoas pela mão do terrorismo de esquerda. Há algo de errado na aritmética das indenizações e na álgebra que faz de Diógenes uma vítima e de Lovecchio um estorvo. Afinal, os terroristas também sonham.

Não entendi, ainda, qual o ponto de intersecção entre os “Direitos Humanos” (no Brasil, formado por um grupo de pelegos PTralhas) e a Justiça. 

A origem dos bandidos

Uma “rapidinha”, de autoria de Clóvis Rossi (coluna publicada na Folha de São Paulo de 09 de Outubro de 2006):

“O leitor Eduardo Diniz, professor da Fundação Getúlio Vargas, exumou uma preciosidade em documento oficial do PT, aprovado em 1991. Diz: “A democracia e as relações internas no partido, nas prefeituras que dirigimos e nos movimentos sociais de que participamos devem ser analisadas e criticadas abertamente por nós. É preciso reconhecer que no “petismo real” existem, em quantidade exagerada e perigosa, fenômenos como o aparelhismo, o sectarismo, as manobras espúrias, a falta de democracia. Sem superar tudo isso, o discurso acerca de nosso projeto de um socialismo renovado ficará no papel. Não seremos capazes de construir uma sociedade melhor amanhã se não formos capazes de mudar nossa prática hoje”.

Não mudaram nos 15 anos que se seguiram à aprovação dessa avaliação, que é, repito, do próprio PT, não da oposição nem minha. Deu no que deu, a saber:

1 – O presidente da República e presidente de honra do PT afirma que “quem negocia com bandido vira bandido também”. Mas esquece de dizer que quem negociou com bandidos é gente não só de seu partido mas da sua campanha e da campanha do homem pelo qual o presidente diz pôr a mão no fogo, aliás seu líder no Senado, Aloizio Mercadante.

2 – O ministro da Justiça do governo petista, Márcio Thomaz Bastos, disse, no ano passado, que “caixa dois é coisa de bandido”. Esqueceu de dizer que petistas graduadíssimos confessaram caixa dois no episódio do mensalão. Não basta, pois, demitir ou expulsar a meia dúzia apanhada agora com a mão na massa ou os 40 do escândalo anterior, a “quadrilha”, segundo o procurador-geral da República. O texto de 91 prova que não nasceu agora a cultura que deu origem aos “bandidos”, com a cumplicidade da cúpula e o silêncio da maioria dos filiados.”

Dispensa comentários.