Roger Scruton fala sobre União Européia e BREXIT

Vale a pena assistir (nem é tão longo):

PS: Peço desculpas aos leitores do blog, pois a primeira versão deste post continha um erro no HTML que exibia o link do YouTube ao invés de incluir o vídeo diretamente no post. Parece que consegui corrigir o problema 🙂

Vanguarda do atraso: Brasil segue preso ao Mercosul enquanto o mundo avança

Graças à ideologia burra do PT, de Lulla e de Dilma Ruinsseff, o Brasil continuará preso à vanguarda do atraso da América Latrina conhecida como Mercosul enquanto o mundo avança – e México, Chile e Peru, para ficar naqueles mais próximos, resolveram ficar ao lado do avanço. O Brasil não corre NENHUM risco de dar certo sob a batura da incomPTente Dilma Ruinsseff.

Eis um trecho do que reportou o Valor Econômico (íntegra AQUI):

O acordo da Parceria Transpacífico (TPP, na sigla em inglês), o maior acerto comercial regional da história, foi alcançado nesta segunda-feira depois de uma maratona de negociações em Atlanta no fim de semana. “Acreditamos que ele ajuda a definir as regras da rota para a região Ásia-Pacífico”, comentou o representante de Comércio dos EUA, Michael Froman.

O TPP foi elaborado para incentivar o comércio entre os Estados Unidos, Austrália, Brunei, Canadá, Chile, Japão, Malásia, México, Nova Zelândia, Peru, Cingapura e Vietnã. O acerto deve eliminar gradualmente centenas de tarifas de importação assim como outras barreiras ao comércio internacional, apontou o jornal New York Times. Como esse processo ocorrerá gradualmente ao longo dos anos, os benefícios para a economia americana devem levar tempo para se materializar.

A Parceria Transpacífico estabelece ainda regras uniformes sobre a propriedade intelectual, abre a internet e trata do tráfico de animais silvestres e violações ambientais.

Enquanto países interessados em melhorar perceberam que o comércio internacional é importante, e que é importante buscar acordos com países desenvolvidos, sob o desgoverno ridículo do PT, o Brasil tenta se aproximar da escória, reforçando laços com Venezuela, Bolívia, Argentina, Equador, Cuba etc.

Curioso que no mesmo dia em que o acordo é anunciado, o que está acontecendo em São Paulo? O Estadão reporta (íntegra aqui):

Em evento que contou com a presença do vice-presidente da Bolívia, Alvaro Linera, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva minimizou a relevância do Foro de São Paulo e defendeu a criação de uma nova organização na qual as forças de esquerda da América Latina possam se articular para enfrentar a “onda conservadora” que, segundo Lula, avança na região.

“Faço o mea culpa. O PT não soube transformar em grandeza de política internacional aquilo que fizemos aqui no Brasil. O PT poderia ter feito muito mais. Nós ficamos só no Foro de São Paulo e cada vez com menos gente importante comparecendo. Temos que criar um instrumento na América Latina para unificar as forças de esquerda“, disse o ex-presidente, nesta segunda-feira, em um hotel em São Paulo.

O Foro de São Paulo é uma organização criada em 1990 que reúne anualmente dezenas de partidos e organizações de esquerda de toda a América Latina. Segundo petistas, esta não foi a primeira vez que Lula reclamou da representatividade do Foro.

“O problema é de outra natureza. Os partidos de esquerda que estão no governo é que precisam de outro espaço mais permanente. Porque o Foro tem partidos que também são de oposição”, disse Valter Pomar, ex-secretário nacional de relações internacionais do PT e ex-secretário executivo do Foro de São Paulo.

Segundo Lula, existe uma onda conservadora que põe em risco os governos de esquerda que chegaram ao poder nas últimas duas décadas em vários países importantes da América Latina como Brasil, Argentina, Venezuela e Equador. “Estou percebendo que há um avanço das forças conservadoras. Há mais agressividade, mais determinação para que este ciclo progressista deixe de existir. As coias estão ficando mais agressivas, mais delicadas”, disse Lula. […]

Ao lado do segundo homem na cadeia de comando da Bolívia, Lula revelou que foi consultado por Evo Morales, então candidato a presidente do país vizinho, sobre a possibilidade de estatizar as plantas da Petrobrás em território boliviano. “O Evo me perguntou: ‘como vocês ficarão se nós nacionalizarmos a Petrobrás’. Respondi: ‘o gás é de vocês’. E foi assim que nos comportamos, respeitando a soberania da Bolívia”, disse Lula.

No dia 1º de maio de 2006, assim que assumiu o poder, Morales determinou a nacionalização de toda cadeia de exploração de gás e petróleo da Bolívia e a ocupação militar das plantas, inclusive da Petrobrás, sob alegação de que as petroleiras ganham muito, pagam pouco ao Estado e que os contratos haviam sido fechados em governos anteriores sob suspeitas de corrupção. A estatal brasileira havia investido US$ 1,5 bilhão (cerca de R$ 6 bilhões) no país andino desde 1997.

Definitivamente, com essa mentalidade obsoleta, o Brasil não corre nenhum risco de dar certo. E a imprensa no Brasil, que sempre escondeu o fato de que o Foro de SP existe, e foi fundado por Lula e Fidel Castro?

2015-09-23 10.31.05Quem vota 13 merece esses imbecis como governantes.

2015-09-24 12.40.002015-09-24 21.11.582015-09-21 13.19.19 2015-10-02 14.36.27

Qual é o “interesse estratégico” do Brasil em Cuba?

Nos últimos dias, emergiu uma discussão interessante sobre “interesses estratégicos” do Brasil em Cuba. Isso deve-se, basicamente, ao fato de que Dilma Rousseff está em Cuba para a inauguração da maior obra realizada em sua gestão: o Porto de Mariel.

Sim, a maior obra realizada pela Dilma é em Cuba, não no Brasil. Ridículo, não?! Mas sigamos…

A discussão que emergiu diz respeito aos investimentos e gastos do dinheiro público do Brasil na construção do Porto de Mariel. No Estadão publicou-se o seguinte (na íntegra aqui):

Criticada pela oposição por financiar a obra do Porto de Mariel, em Cuba, a presidente Dilma Rousseff disse nesta terça-feira, 28, que a parceria com a ilha de regime comunista é fundamental para o País e definiu a aliança como um jogo de “ganha-ganha”. “É uma visão pequena não perceber a natureza estratégica desse investimento”, afirmou a presidente.

Na segunda-feira, 27, Dilma anunciou um novo empréstimo, desta vez de R$ 290 milhões, para a Zona de Desenvolvimento Especial do Porto de Mariel, localizado a 45 quilômetros de Havana. O crédito vai se somar aos R$ 802 milhões já investidos na construção do porto, que teve a primeira etapa inaugurada agora.

Pré-candidato à sucessão de Dilma, o senador Aécio Neves (PSDB-MG) ironizou a injeção de recursos do governo na ilha dos irmãos Castro. “Dilma anunciou sua primeira obra de infraestrutura. Em Cuba”, comentou Aécio. “Não vamos comparar a quantidade de portos que tem no Brasil e em Cuba, que tem um porto”, afirmou a presidente. “Nós continuamos fazendo investimentos no Brasil na área de portos. O Brasil financiou o porto de Mariel, mas quem forneceu bens e serviços foram empresas brasileiras. Isso leva ao fortalecimento dos países. É um processo de ganha-ganha. Cuba ganha e o Brasil também ganha.”

A presidente destacou, ainda, que o mercado latino-americano tem 600 milhões de consumidores, muitos deles podendo ser beneficiados pelo Porto de Mariel. Dilma teve duas reuniões bilaterais nesta terça-feira: com Pena Nieto, presidente do México, e José Miguel Insulza, secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA).

Sobre esta reportagem, antes de prosseguir, é preciso fazer algumas observações:
1) Sobre a natureza “estratégica” do investimento – essa questão será mais detalhadamente avaliada adiante. Trata-se, contudo, da questão mais importante e, portanto, não se pode perdê-la de vista. Retomarei.

2) Na declaração da presidanta, como não poderia deixar de acontecer, existe uma bobagem monstruosa, uma burrice mesmo (“o mercado latino-americano tem 600 milhões de consumidores”), que não tem relevância nenhuma para discutir o investimento milionário numa obra em outro país, usando dinheiro público.
Há inúmeros erros, bobagens, falácias e dados sem nenhuma relevância embutidos nessa afirmação da Dilma. Vamos supor que existam, de fato, 600 milhões de consumidores na América Latina (segundo dados de 2013, contudo, o World FactBook da CIA indica que a América Latina tem uma POPULAÇÃO TOTAL de 590 milhões de habitantes, e não se pode olhar para todo este contingente como “consumidores”, ainda que a Dilmanta não tenha dito consumidores DE QUÊ). Lembremo-nos de que a América Latina reúne alguns dos países mais fechados ao comércio internacional do mundo – portanto, olhar para o Porto de Mariel como um meio de atingir a população da América Latina inteira é uma burrice – algo, no mais, digno da presidanta.
E daí? O que esse número (inexato, de resto) tem a ver com a discussão do Porto de Mariel? Por acaso a presidanta está tentando dizer nas entrelinhas que os 600 milhões de “consumidores” sentirão qualquer impacto (positivo ou negativo, não importa) graças à inauguração do porto de Cuba?

3) Com relação à expressão “ganha-ganha”, é preciso indicar, de forma clara, O QUE, EXATAMENTE, O BRASIL VAI GANHAR. Cuba está ganhando bastante do Brasil – além dos milhões dados para o Porto, o Brasil ainda paga mensalmente os salários dos médicos cubanos diretamente ao governo militar-ditatorial de Cuba (que retém mais de 60% do valor e repassa uma mixaria às famílias dos coitados dos médicos-escravocratas).

Assim, vamos à questão principal: por que o Porto de Mariel seria “estratégico” para o Brasil?

O que o país ganha? Quando?

Vale a pena colocar mais de 1 bilhão de reais de dinheiro público em Cuba?

Começo por uma extensa matéria publicada pela BBC Brasil (íntegra aqui), da qual vou transcrever apenas alguns trechos – os mais relevantes para tentarmos entender os tais benefícios que o Brasil poderia vir a ter.

Na entrada do vilarejo de Mariel não há como não notar a fumaça de chaminés de um primeiro – e pequeno – núcleo de indústrias cubanas. A velha fábrica de cimento, que por décadas foi a maior indústria da região, se destaca com seus grandes edifícios, galpões e um termina marítimo. Logo adiante, as quatro grandes gruas do novíssimo terminal de contêineres se destacam sobre o porto de Mariel.

É este caminho que a presidente brasileira percorre nesta segunda-feira para inaugurar a primeira fase do terminal portuário, construído em sua maior parte pela brasileira Odebrecht por meio de um financiamento de US$ 957 milhões do BNDES.

Segundo Luis Fernando Ayerbe, coordenador do Instituto de Estudos Econômicos Internacionais da Unesp, desde o governo Lula, o Brasil tenta se tornar o segundo maior parceiro comercial de Havana depois da Venezuela. De acordo com ele, o interesse maior do governo cubano no Brasil está em sua capacidade de realizar grandes investimentos na área industrial. “A capacidade da Venezuela é energética, ela não tem capacidade de fazer essas obras”, disse Ayerbe. “Essa capacidade brasileira se materializa no porto de Mariel”.

O porto de Mariel já foi uma antiga base de submarinos e também a porta de entrada de ogivas nucleares do que nos tempos da Gerra Fria ficou conhecido como a crise dos mísseis em 1962. Já nos anos de 1980, voltou a atrair a atração do mundo por ser a porta de saída de mais de 120 mil cubanos, os chamados “marielitos”, que emigraram em balsas para os EUA.

De grande profundidade, ele poderá receber navios gigantes, capacidade que poucos portos da região têm, inclusive na costa americana. Ele é modernizado no momento em que ocorrem também as obras de ampliação do canal do Panamá.

Após a reforma, o canal será a rota de passagem de navios “pós-panamax”, com três vezes mais capacidade de levar contêineres que as embarcações que trafegam pelo local atualmente.
“Boa parte do comércio da Ásia para a costa leste dos Estados Unidos passa pelo canal do Panamá. Essa área (do mar do Caribe) vai ficar muito dinâmica, por isso quase todos os países da região estão reformando seus portos”, diz Ayerbe.

Porém, diferente das nações vizinhas, Cuba não pode se aproveitar das oportunidades comerciais relacionadas ao comércio com a costa leste americana devido ao embargo promovido por Washington.
Por isso, o Brasil vê o investimento no porto como uma aposta futura no fim do embargo. A ideia é instalar indústrias nacionais (brasileiras) na zona franca de Cuba para produzir aproveitando-se dos incentivos fiscais e flexibilidade para a contratação da mão de obra cubana altamente qualificada.

Aqui eu tenho que interromper a matéria para dois comentários.
1) Fica evidente que, enquanto vigorar o embargo norte-americano, o Porto de Mariel não passa de um elefante branco. Na prática, não serve para nada.
Caso os EUA suspendam o embargo, pode ser que venha a existir, futuramente, alguma oportunidade de negócios hipoteticamente interessante de ser considerada e analisada. Mas hoje não existe NADA.
Zero.
A “gerentona” Dilma despeja mais de R$ 1 bilhão num país altamente instável, comandado há mais de 50 anos por uma ditadura militar genocida, com mercado fechado e NENHUMA segurança jurídica, NENHUMA estabilidade, apostando numa decisão que depende de um outro país (EUA).
Inteligente, né?!
ESPERTONA!
Uma perguntinha: e se o embargo norte-americano continuar? Digamos que, hipoteticamente falando, o embargo dure mais uns 10 anos.  Aonde está o “ganho” do Brasil? Aonde está o papel “estratégico” desse investimento? E se o embargo durar mais 50 anos?

2) Adoraria saber de onde tiraram essa idéia absurda, ridícula mesmo, de que existe “mão de obra cubana altamente qualificada”.
ALTAMENTE QUALIFICADA EM QUÊ?
Segundo dados do Webometrics Ranking of World Universities, Cuba tem apenas 3 universidades listadas em posições absurdamente baixas: a Universidade de Havana (classificada na posição de número 1.544), Instituto Superior Politécnico José Antonio Echeverría (2.603) e a Universidad Central Marta Abreu de la Villas (2.947). A USP é a brasileira mais bem posicionada, na posição de número 43. Escolha outros rankings e boa sorte em achar alguma universidade cubana entre as mil primeiras!

TUDO o que é ensinado em Cuba, desde a pré-escola até a universidade, é carregado da visão comunista, anti-americana, anti-capitalista e devotada a enaltecer Che Guevara, Fidel castro, Stálin e outros genocidas.
Em Cuba não existem empresas preocupadas em concorrer, em oferecer bons produtos a preços competitivos – pois existe uma economia planificada, 100% dependente do governo. Que práticas gerenciais podem emergir num ambiente assim? Quem ensina gestão? Ainda que houvesse uma escola/faculdade/universidade destinada a ensinar Administração, serviria para quê? Não existem empresas! Não existe concorrência, mercado, competição, nada!

Mão de obra qualificada?! Isso é piada!
Você, caro leitor, conhece alguém que tenha ido a Cuba fazer um MBA, um mestrado ou um doutorado? Se conhece, por gentileza, detalhe na caixa de comentários. Obrigado!

Mas vamos seguir com a matéria:

Dessa forma, o Brasil teria um posto avançado para exportar inicialmente para a América Central e depois eventualmente para os Estados Unidos, segundo Thomaz Zanotto, diretor do departamento de relações internacionais e comércio exterior da Federação das Indústrias do Estados de São Paulo (Fiesp). A opção por investir em Cuba, em vez de em outro país caribenho, se dá exatamente pelo isolamento de Havana – onde o Brasil não sofre com a concorrência americana.

Por enquanto, as duas nações ainda discutem que tipo de empresas brasileiras se instalariam na zona franca cubana. As negociações apontam para indústrias de alta tecnologia, que tirariam proveito da qualificação dos trabalhadores cubanos. Umas das primeiras opções é a indústria farmacêutica.

Quem escreveu a reportagem confunde baixo índice de analfabetismo com qualificação.
Uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa.

Aliás, isso merece um parêntesis: tornou-se senso comum espalhar que Cuba tem indicadores (“índices”) de educação e saúde excelentes. Na verdade, é preciso muita cautela.
Cuba é uma ditadura e, como tal, tem estreito controle sobre toda e qualquer informação relativa ao país. Acreditar nos indicadores, números e estatísticas de uma ditadura não é apenas arriscado, é burrice pura e simples.
Pode ser verdade ou não.
Especificamente no caso da educação, há este indicador de mais de 98% da população alfabetizada. Pode ser. Mas “alfabetizar” não significa “educação de alto nível”. Há uma diferença imensa entre os dois conceitos.

Agora, o mais ridículo é ler a primeira frase: exportar para a América Central e depois EVENTUALMENTE para os Estados Unidos. Fica parecendo que hoje o Brasil não exporta nem para um, nem para o outro.
O problema é que os portos BRASILEIROS (sim, localizados no Brasil, não em Cuba) estão sobrecarregados. O Brasil não exporta mais por problemas de câmbio e infra-estrutura BRASILEIRA. Um porto em Cuba, na Nicarágua, no Haiti ou na República Dominicana não muda nada disso!

As principais críticas ao investimento no porto de Mariel partem de partidos opositores – como o PSDB, que se baseia no fato de que o governo brasileiro investe mais em Mariel do que nos portos nacionais. Os opositores acusam o governo Dilma Rousseff de direcionar os investimentos a Cuba devido a um alinhamento ideológico com Havana.

Segundo Zanotto, a crítica “não procede”, pois “cada projeto é um projeto”. Ou seja, o eventual não investimento em Cuba não necessariamente levaria o dinheiro aos portos do Brasil, onde fatores como restrições ambientais estariam dificultando a agilização de projetos. “O Brasil é gigantesco mas sofre com um apagão de projetos”, diz Zanotto.

Outra crítica parte do próprio empresariado. Eles desconfiam da capacidade do governo cubano de honrar sua divida com o Brasil. Contudo, segundo Zanotto, as garantias estariam relacionadas ao próprio faturamento do porto em dólares.

Essas críticas, ainda mais vindas de um bando de bundas-moles como são os tucanos, não chegam nem perto da questão central. Mas é divertido ver a “explicação” dada pelo “especialista” ouvido pela reportagem: Segundo Zanotto, a crítica “não procede”, pois “cada projeto é um projeto”.
Cada projeto é um projeto?
Sério????
Cara, você me deixou abismado agora!
Estou perplexo com a força do seu argumento, com os dados inexoráveis e indiscutíveis que você apresenta para embasar esta conclusão estupefaciente!

Porém, o pior é justamente a última afirmação desse brilhante e genial “especialista” (que a jornalista, aparentemente, considerou suficiente, já que não há nenhum “contra-ponto”): Eles desconfiam da capacidade do governo cubano de honrar sua divida com o Brasil. Contudo, segundo Zanotto, as garantias estariam relacionadas ao próprio faturamento do porto em dólares.

Resumindo: caso o embargo americano permaneça, não haverá faturamento – e, como as garantias para pagamento dos empréstimos estão atreladas ao faturamento, elas desaparecem junto ao hipotético faturamento.

Não é uma coisa de JÊNIOS ???

A propósito: quem está fazendo o Porto de Mariel é a ODEBRECHT. A mesma empreiteira responsável por construir o estádio de um time PARTICULAR com dinheiro PÚBLICO; a mesma empreiteira que “empresta” jatinhos para o Lulla viajar; a mesma empreiteira que doa milhões em cada eleição…

Coincidência? Por falar em coincidências, leio no site do BNDES (íntegra aqui) o seguinte:

A BNDESPAR está realizando mais um movimento para ampliar sua atuação no setor de infraestrutura logística. A subsidiária de participações acionárias do BNDES fará aporte de R$ 1 bilhão em um aumento de capital da Odebrecht TransPort, que vai totalizar R$ 1,429 bilhão. Com a operação, a BNDESPAR passará a deter 10,61% do capital da OTP. Os R$ 429 milhões restantes serão subscritos pelo FI-FGTS, que manterá sua participação atual na empresa, de 30%.

De qualquer modo, a dúvida persiste: QUAL É O INTERESSE “ESTRATÉGICO” DO BRASIL EM CUBA?

Será que o ÚNICO possível interesse é torcer pelo fim do embargo americano para que, só então, o Porto de Mariel passe a atingir seu potencial e, com isso, gerar um faturamento que beneficiaria a Odebrecht?

Quais empresas brasileiras têm interesse em instalar-se em Cuba? Elas não iriam para Cuba se não houvesse o Porto de Mariel?

As empresas são brasileiras ou são multinacionais com operações no Brasil? Haverá geração de empregos no Brasil? Arrecadação de impostos? Difusão de novas tecnologias? Investimentos em inovação? Ganhos de escala?

O problema, porém, é que discutir estas questões acima é rigorosamente INÚTIL enquanto Cuba for uma ditadura militar comunista, e enquanto ela seguir sob o embargo comercial norte-americano.

Alguns estão vendo boas perspectivas para que Cuba evolua do modelo comunista (economia planificada) para o capitalismo. Oras, que isso vai acontecer eu não tenho nenhuma dúvida – e isso não tem nada a ver com qualquer capacidade de “prever o futuro”. Basta, ao contrário, observar o passado: a História já mostrou que o socialismo e/ou o comunismo não funcionam. URSS, Alemanha Oriental, China – todos países que saíram do comunismo e mergulharam no capitalismo.

Porém, não se pode confundir sistema POLÍTICO com sistema ECONÔMICO.

China é um país capitalista (sistema econômico) mas segue na ditadura do Partido Comunista (sistema político).

Portanto, é carta marcada que Cuba vai abandonar o comunismo e migrar para o capitalismo – ou vai desaparecer. Apenas e tão somente porque, como já foi demonstrado inúmeras vezes, nenhum país socialista/comunista se sustenta em médio e longo prazos. Por exemplo: quando a União Soviética acabou, acabaram os subsídios a Cuba. Graças a isso, a ilha do ditador Castro chegou a importar OITENTA POR CENTO dos alimentos consumidos na ilha – como disse Margareth Thatcher, “The problem with socialism is that you eventually run out of other people’s money.”.

O problema, para responder à pergunta central deste post, é: QUANDO isso vai acontecer? COMO isso vai acontecer? Quanto tempo mais vai durar o embargo norte-americano?

Enquanto houver embargo, o Porto de Mariel não oferece NADA aos interesses “estratégicos” do Brasil.

Mas se o embargo cair, aí passará a haver um “interesse estratégico”?

Depende. Tudo depende de quais condições cercarão essa “queda” do embargo.

Aí, passamos a um ponto importante: como tomar uma decisão SUPOSTAMENTE “estratégica” quando não se sabe nada sobre os resultados (payoffs) e riscos envolvidos?

Ainda seguindo o que estava escrito na reportagem da BBC supracitada, algum desavisado poderia relacionar esta situação de Mariel à literatura clássica de estratégia: se o Brasil investir AGORA em Cuba e o embargo comercial for revogado, o país terá a vantagem de primazia, pois já está em Cuba – enquanto outros países/empresas ainda terão que iniciar os investimentos e atividades no país.

Nada disso.

Aí entra em cena uma questão crucial: o sistema político. Ainda que o embargo seja revogado, as empresas (e outros países) somente passarão a investir em Cuba se houver condições favoráveis para tanto. Isso implica não apenas estabilidade jurídica (será que minha empresa vai ser nacionalizada de uma hora para outra, como fazem os ditadores débeis mentais da Venezuela, Bolívia e outros países ridículos que infestam a América Latrina?), mas a percepção de benefícios. Cuba tem uma população de aproximadamente 11 milhões de pessoas. Paupérrimos!

O salário mínimo MENSAL em Cuba é DEZENOVE DÓLARES.

Repito: DEZENOVE DÓLARES AO MÊS.

Mais um instante para esta informação ficar clara: DEZENOVE DÓLARES MENSAIS.

US$ 19.00

Sigamos…

A China conseguiu mergulhar no capitalismo, mesmo mantendo o sistema político praticamente inalterado, por, entre outras razões, ter uma população IMENSA – tanto na quantidade quanto na qualidade. São mais de 1 BILHÃO E 300 MIL chineses, sendo que mais de 300 milhões têm renda anual situada na faixa de US$10,000 a US$60,000.

Não dá para comparar com os 11 milhões de cubanos, nem com a renda de DEZENOVE DÓLARES MENSAIS.

Portanto, muita calma! Quando o comunismo cubano for substituído pelo capitalismo (e isso levaria pelo menos uns 10 anos, é um processo lento e gradual, durante o qual muita coisa pode mudar), ninguém sabe quais serão as condições existentes.

Assim, concluindo, é impossível afirmar, hoje, que se trata de “investimento estratégico”. Isso não passa de mais uma bobagem dita por uma ignorante que tenta justificar uma péssima decisão recorrendo a mais uma de suas falácias ignaras.

Se a Dilma souber o que significa “estratégica”, ela mente ao dizer que Cuba oferece algo de estratégico ao Brasil; se ela não sabe o que significa “estratégico”, deveria calar-se ou ser sincera e dizer que está colocando dinheiro do contribuinte brasileiro em Cuba “porque quer e ponto”.

Dilma pode estar confundindo: o PT tem interesse estratégico em Cuba, por causa do Foro de SP. Mas o Brasil não tem interesse estratégico algum em Cuba!

2014-07-17 07.05.57

 

Leituras adicionais recomendadas:
Infrastructure in Brazil – Matéria da Economist mostrando que há uma IMENSA necessidade de investimento em infra-estrutura no Brasil, portanto dona presidenta não precisava torrar mais de R$ 1 bilhão em Cuba – poderia destinar esse dinheiro para o Brasil.
A pawn in Cuba’s power game – Editorial do Washington Post tratando do ambiente criado pela ditadura militar comunista de Cuba e o problema de ter uma opinião própria numa ditadura que não hesita em matar quem discorde do único partido ou do único jornal existente na ilha.
Think again: engaging Cuba – Artigo extenso e bastante completo, da Foreign Policy, que trata do embargo americano, apresentado prós e contras, e resgata alguns eventos que devem dificultar a possibilidade de revogação do embargo comercial em curto prazo.
The US should end the Cuban embargo – Uma articulista do Washington Post criticando duramente a postura dos EUA e do Obama no que tange ao embargo, e pedindo que ele seja revogado imediatamente (como o próprio título deixa claro desde o início, aliás).
Former Exit Port for a Wave of Cubans Hopes to Attract Global Shipping – Matéria do New York Times tratando do Porto de Mariel.
Os bilhões que o PT investe em Cuba só serão conhecidos em 2027 – Se os tais investimentos são tão bons assim, por que o medo de torná-los transparentes?
Carga tributária bate recorde e chega a 37,65% do PIB – Enquanto o governo do Brasil esfola os seus cidadãos com uma carga tributária recorde, o BNDES despeja dinheiro em Cuba.
Brasil é o único dos BRICS que perdeu investimentos – Dilma esteve no Fórum Econômico Mundial, na Suíça, há alguns dias, mendigando investimentos privados no Brasil – o problema é que investidores privados já perceberam que ela e sua equipe são um bando de incompetentes, e adoram intervir no mercado. Quem vai investir num país sem estabilidade econômica, jurídica e social? O mesmo problema de Cuba, aliás, mas em diferentes graus obviamente.
Previsão de crescimento do país em 2014 piora, segundo o Banco Central – O Banco Central do Brasil apontando o óbvio (aquilo que todo mundo sabe, menos… a Luiza!)

O Brasil continua afundando, e a competitividade é quem mais sofre

O conceito de COMPETITIVIDADE é bastante amplo, muitas vezes até mesmo bastante divergente dependendo de quem fala. Não vou entrar no mérito da questão, mas uma boa leitura sobre o assunto está AQUI.

Por ora, juntando alguns dados e observando alguns fatos, podemos afirmar com total certeza que a competitividade no/do Brasil está piorando muito mais rapidamente do que os demais indicadores econômicos. Sim, TODOS os indicadores econômicos estão apontando uma situação muito ruim do Brasil, e as perspectivas futuras são ainda mais sombrias. Um pequeno resumo:

  • A taxa de investimento, que cresceu lentamente durante a década passada, a partir do governo Dilma começou a recuar, chegando a sofríveis 18,4% em setembro. Só para dar uma ideia do que isso representa, a China investe 46%; a Índia, 30%, a Indonésia, 33%; o México, 29%.
  • A poupança interna, que também já era baixa, caiu ainda mais, chegando a irrisórios 14%, quatro pontos abaixo dos 18% do final do governo Lula. (…) As economias mais bem sucedidas têm sempre taxas de poupança superiores a 30%. Ou seja, vamos continuar dependendo de poupança externa para crescer.
  • A taxa de crescimento médio, que no governo Lula foi de 4%, no governo Dilma caiu para 2%, inferior até mesmo ao turbulenta década de 90.
  • O superávit primário tem caído significativamente nos últimos anos. Depois de chegar à casa dos 4%, na década passada, e passar a maior parte do tempo acima dos 3%, hoje a expectativa é que o ano termine com algo em torno de 2% do PIB. Isso pela contabilidade oficial, pois corrigindo as manobras contábeis cada ano mais comuns no governo do PT, o superávit correto seria hoje seria 0,6 pontos percentuais abaixo (pelos cálculos do economista Raul Velloso). Pior: a previsão para 2014 já é de meio ponto percentual inferior.
  • O déficit nominal (o saldo final depois de descontados os gastos do governo, inclusive juros) continua crescendo assustadoramente. Depois de uma década de regressão (caiu de 6% para pouco mais de 1% no período pré-crise no governo Lula), desde então iniciou uma trajetória de alta que deverá fechar 2013 acima dos 3% do PIB.
  • O déficit da previdência caminha para mais um recorde. No acumulado do ano até setembro, o déficit alcança R$ 48,042 bilhões, valor que já supera com sobra o déficit total do ano passado que ficou em R$ 42 bilhões. E olha que além dos três meses restantes faltam ainda computar o décimo terceiro salário.
  • O déficit na balança comercial anual ainda não está consolidado, mas demos mais um passo em outubro para concretizar mais um recorde também neste indicador. Depois de anos seguidos exportando mais que importando, em outubro registramos um déficit de U$ 1,8 bilhões, o pior resultado desde a crise do final da década de 90. (…) Nos últimos 12 meses, enquanto as importações aumentaram 7,5%, as exportações recuaram 1,9%. A conta não fecha e entramos em mais um déficit.
  • A produtividade do trabalhador brasileiro, que já andava estagnada desde o final do governo Lula, começou a cair no governo Dilma, acentuando ainda mais a distorção do crescimento do salário mínimo acima do PIB.
  • A produção industrial tem tido movimentos erráticos no governo Dilma, porém a trajetória de queda é clara nos últimos três anos. Apesar do aumento de 0,7% em outubro, a produção industrial segue em déficit de 0,6% no semestre. Tudo isso apesar dos estímulos do governo para mais consumo via “Minha casa melhor”.
  • O índice de endividamento da família brasileira bateu mais um recorde, chegando em março deste ano aos 44%. Ou seja, as famílias brasileiras devem aos bancos quase metade do que ganham durante o ano. Quando a série histórica divulgada pelo BC começou, em 2005, o índice era de 18,39%. Ou seja, o governo Lula roubou potencial de crescimento do presente ao estimular o crédito muito além do que deveria.
  • A dívida bruta continua aumentando e em ritmo cada ano mais acelerado, tendo ultrapassado a marca dos R$ 3 trilhões. Pela contabilidade do governo, ela estaria hoje em 58% do PIB, enquanto que para o FMI (o padrão usado para o resto do mundo) tal percentual seria de 68%. Tal percentual é ainda mais significativo quando comparado à média dos países emergentes, algo em torno de 30%.
  • O risco país que já chegou a 143 pontos em dezembro de 2012, em setembro último já está na casa dos 232 pontos. Detalhe: a situação já esteve pior (chegou aos 250 no meio do ano) e só baixou um pouquinho por causa das últimas privatizações.

Alguns podem dizer que o desemprego é um único índice que apresenta “boas notícias”. Não é bem verdade.

Sobre o desemprego, que vem apresentando índices estabilizados na casa dos 5% há algum tempo, recomendo uma leitura bastante básica, AQUI. Trata-se, no fundo, de um raciocínio simples (com certo esforço, até um eleitor do PT pode ser capaz de entender, se alguém lhe der uma ajuda e fizer alguns desenhos coloridos): se o desemprego está tão baixo, e se esta situação vem se repetindo há tanto tempo, por que os gastos com seguro-desemprego cresceram exponencialmente? Ora, lógica elementar: se há tão poucos desempregados no Brasil, quem são estas pessoas pedindo (e recebendo!) o seguro-desemprego?

Complementarmente, é preciso lembrar que o IBGE chega aos índices de desemprego perguntando se o entrevistado PROCUROU EMPREGO NOS ÚLTIMOS 30 DIAS. Se o sujeito diz “não”, o IBGE considera que o sujeito está empregado – e, portanto, não entra nas estatísticas de desemprego. Além disso, o levantamento do IBGE cobre apenas ALGUMAS capitais, não todas – o que significa que cidades grandes que não sejam capitais ficam de fora do levantamento. Enfim, há uma série de “detalhes” envolvendo as estatísticas referentes ao desemprego que precisam ser melhor avaliadas antes de falar em “pleno emprego” no Brasil.

De qualquer forma, peço que o leitor faça uma pausa para ler, com carinho e atenção, este texto AQUI. Vou transcrever apenas alguns poucos trechos da conclusão, mas a leitura do restante do artigo é crucial:

Entre 1970 e 2011 o produto brasileiro aumentou 401%, o trabalho aumentou 204%, o capital aumentou 720% e a produtividade aumentou apenas 11%. (…) O crescimento do Brasil vem do capital e não da produtividade.

Não é por acaso que não conseguimos crescer de forma sustentada. No início do processo de crescimento o capital era realmente importante e necessário para produção, não tínhamos fogão nem panelas. Quando isto ocorre a própria aquisição de capital leva ao aumento da produtividade mensurada. Máquinas novas significam tecnologias novas e novas possibilidades de produção. A medida que o tempo passou precisávamos ter feito a mudança para um crescimento via produtividade, não fizemos. O resultado foi a estagnação. Aumentamos o estoque de capital sem que este novo capital gerasse ganhos de produtividade. O Brasil investiu em estradas que não ficaram prontas, ferrovias que não passam trens e coisas do tipo. Equivale a jogar água na feijoada já aguada. Por outro lado não educamos nem qualificamos nossa força de trabalho e não facilitamos a vida de nossos empreendedores. Muito tempo e dinheiro já foram desperdiçados na estratégia de colocar água no feijão, sempre é tempo de tomar o caminho da produtividade, mas quanto antes melhor.

Caso o leitor queira aprofundar um pouco mais a discussão sobre os vários problemas econômicos que foram (e estão sendo) criados pela incompetência das decisões de Dilma e sua equipe de samambaias, recomendo estes links AQUI, AQUI, AQUI, AQUI. Para coroar estas leituras, recomendo esta aqui: GASTO DISPARA, E CONTAS DO GOVERNO TÊM O MAIOR ROMBO DESDE O REAL.

Agora vem o pior de tudo, na minha opinião.

A ideologia burra, tacanha e cega que vem guiando as decisões do executivo desde 2003 (o maldito ano em que Lulla assumiu a Presidência e iniciou a destruição silenciosa do país) colocou o Brasil numa situação péssima. Como o PT precisa manter o discurso de oposição feroz a tudo o que venha dos Estados Unidos, o Brasil isolou-se no comércio internacional. Enquanto os EUA e a Europa estavam lidando com suas crises econômicas internas, este problema ficou “camuflado” – ele existia, estava lá, mas não era tão evidente.

Agora, porém, o contexto é outro. Muitos países europeus e os Estados Unidos estão mostrando indicadores sólidos de recuperação de suas economias. Calcados nesses dados, estão “colocando o pé no acelerador” de verdade, enquanto o Brasil está patinando – e vai continuar, haja vista a tenebrosa incapacidade gerencial de Dilma Rousseff.

Trechos de uma matéria da Folha de S.P (de 14/11/2013, disponível na íntegra AQUI) ilustram o meu ponto central:

Pressionada pela perda de competitividade e pela queda na exportação de manufaturados, a indústria brasileira está defendendo um acordo de livre-comércio com os EUA. Ontem, em discurso para 200 empresários americanos em Denver (EUA), o presidente da CNI (Confederação Nacional da Indústria), Robson Andrade, afirmou que o Brasil deveria fechar um acordo de livre-comércio com os EUA e deixar em segundo plano o Mercosul para avançar em outros tratados importantes. “Defendemos um acordo com os EUA, que compram principalmente manufaturados”, disse à Folha Andrade.

Foi a primeira vez desde o enterro da Alca, em 2003, que a indústria discutiu a abertura de mercado com os EUA. Até setores mais protecionistas, como o de eletroeletrônicos, defendem o acordo. “Mudamos o posicionamento. Há dez anos éramos refratários, e havia um açodamento para fechar um tratado”, disse Humberto Barbato, presidente da associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica. “Agora estamos isolados, o Brasil está fora das cadeias de valor, daqui a pouco estaremos parecidos com países da antiga Cortina de Ferro.” Procurado, o Ministério do Desenvolvimento limitou-se a dizer que “não há discussão em curso sobre essa questão”. “O governo está focado na troca de ofertas com os europeus para um futuro acordo de livre comércio Mercosul-União Europeia”, diz a nota.

Os EUA são o segundo parceiro comercial do Brasil, atrás da China. Mas, enquanto o Brasil exporta essencialmente commodities à China, vende em grande parte produtos manufaturados e semimanufaturados para os EUA. Entre 2000 e 2008, o Brasil manteve superavit comercial com os EUA de quase US$ 10 bilhões por ano. Desde 2008, porém, o país tem deficit (foram US$ 5,6 bilhões em 2012). O novo posicionamento da indústria vem do deficit em manufaturados (a Associação de Comércio Exterior do Brasil projeta US$ 105 bilhões neste ano), da queda no ritmo de exportações e da primarização da pauta. Além disso, o Brasil sofre cada vez mais concorrência da China na venda de manufaturados no Mercosul. E, como o Mercosul fechou só três acordos comerciais, o país pode ficar mais isolado.

O Mercosul virou um elefante branco: ao invés de potencializar a economia dos países-membros, transformou-se numa extensão do Foro de São Paulo, congregando apenas países refratários ao capitalismo, inimigos de empresas, empresários e lucros, países que cerceiam a liberdade de expressão, liberdade econômica, individualismo e meritocracia; países subdesenvolvidos, presididos por pessoas incapacitadas, ditadores de quinta categoria e palhaços sem noção que falam qualquer bobagem.

Exemplo PERFEITO? Venezuela: Chávez e Maduro têm imenso histórico de ataques e bobagens disparadas contra os Estados Unidos, mas sempre dependeram do petróleo que vendem aos EUA para manter suas políticas populistas, demagógicas e burras. E sabemos que a Venezuela está completamente destruída pelo tal “socialismo bolivariano” dos escroques Chávez e Maduro.

Mas calma, leitores otimistas, a situação fica ainda pior (leia a íntegra AQUI):

Um acordo de livre comércio entre Estados Unidos e União Europeia pode redesenhar a economia global e ter o Brasil como um dos grandes prejudicados. Caso seja de fato concluído, o tratado pode levar o país a experimentar uma queda em suas exportações, equivalente a uma redução de até 2,1% de seu PIB per capita, num cenário em que taxas de importação sejam zeradas e outras barreiras eliminadas, como padronizações conflitantes e reservas de mercado

O cálculo, da Universidade de Munique, mede os efeitos, em 126 países, do acordo. EUA e União Europeia discutem desde o início do ano um tratado de livre-comércio. A expectativa é que até o fim do ano que vem seja fechado um acordo que une quase metade do PIB global e um terço do comércio mundial. O estudo mostra que todos os países fora do novo bloco registrarão queda nas vendas ao exterior e, consequentemente, perderão receitas. A Coreia do Sul seria exceção.

Os países europeus terão ganhos variados de até 10% na renda média de seus cidadãos, e os Estados Unidos serão os maiores vitoriosos, com ganho de 13,4%. A queda das receitas para o Brasil ocorrerá nos dois destinos, segundo o estudo. Somente para os EUA, a perda seria de 30% das vendas. Os dois blocos absorvem um terço das exportações do país. “O mundo caminha para o fim das tarifas. Se houver um acordo entre EUA e UE, começará a haver um isolamento do Brasil”, diz Carlos Abijaodi, diretor da CNI (Confederação Nacional da Indústria).

Uma simplificação extrema disso tudo que está demonstrado acima é a seguinte: o Brasil está isolado porque aliou-se (ideológica, econômica e politicamente) a países atrasados como Cuba, Venezuela, Bolívia, Argentina, Irã, ditaduras africanas, e distanciou-se de países capitalistas e desenvolvidos, como EUA, Canadá, Inglaterra, Alemanha etc.

Ao isolar-se, perde oportunidades (novas tecnologias, novos negócios, DINHEIRO NOVO), que terão custo futuro.

Sabe aquela estorinha de “país do futuro”? Pois é… não haverá. O Brasil seguirá atrasado enquanto estiver alinhado com Venezuelas, Cubas, ditadores e socialistas/comunistas/progressistas. Nunca antes na história deste planeta países socialistas e/ou comunistas desenvolveram-se e melhoraram – TODOS, sem nenhuma exceção, perderam o bonde da História, ficaram pobres e atrasados. Basta olhar para União Soviética e Cuba.

O Brasil, graças ao PT de Lulla e Dilma, escolheu aliar-se aos países subdesenvolvidos, atrasados, ultrapassados. Estas escolhas, ao longo do tempo, foram destruindo a competitividade do Brasil. Agradeça Dilma e Lulla.

Comigo ninguém iPod – David Kupfer

Excelente (como de costume) a coluna do David Kupfer no ValorEconômico de ontem:

A recente entrada em cena do tema do conteúdo local como protagonista do debate mais geral sobre os rumos da política econômica merece ser comemorada em si mesmo, como uma evidência animadora de que, enfim, a agenda macro não mais monopoliza as atenções e que o interesse na discussão de assuntos além de inflação, juros ou câmbio está se reconstituindo no país. Nem tão animadora, porém, é a constatação de que esse debate, embora mais presente, ainda é dominado por posições muito simplistas, que opõem defensores da opção nacional versus a global como se o Brasil se visse obrigado a fazer escolhas binárias, autoexcludentes.

De fato, na perspectiva do sistema fragmentado de produção, também conhecido como especialização vertical, que dá a tônica da organização industrial nos setores mais dinâmicos da indústria contemporânea, haja vista especialmente o que ocorre com as tecnologias microeletrônicas e de informação e comunicação, supor que os países façam ou precisem fazer tal tipo de opção parece extemporâneo ou mesmo ingênuo.

Extemporâneo porque o debate sobre vantagens e desvantagens da produção local versus a global iniciou-se ainda na década de 1980, tendo como marco a experiência, por sinal, fracassada, do carro mundial da GM e esgotou-se em meados dos anos 1990 com o surgimento de diversas soluções mistas bem sucedidas, ditas “glocais”. Um exemplo desse tipo de solução, apenas para ficar no setor automobilístico, foi o modelo do consórcio modular, testado e aprovado na experiência piloto realizada pela VW na fábrica de caminhões montada no Brasil (Resende).

Ingênuo porque opor local e global desconhece a complexidade da manufatura contemporânea, não somente no chão de fábrica mas em tantas atividades que se estruturam no seu entorno com o intuito de fazê-lo funcionar com alta produtividade e inovatividade. Estão nesse caso, etapas vitais como engenharia, projeto de produto, licenciamento de propriedade intelectual, software e diversos outros serviços empresariais, geralmente de alto valor adicionado, muito além dos equipamentos de processo e dos insumos industriais.

Na especialização vertical, as empresas especializam as diferentes fábricas instaladas em diferentes países ou regiões para a manufatura de diferentes produtos. Diversamente do modelo da maquila, no qual as unidades são meras montadoras, a realização descentralizada das atividades produtivas e tecnológicas propicia que cada sistema local de produção cumpra um determinado papel em uma grande cadeia global de valor. Um bom exemplo é a cadeia global de valor do iPod da Apple. Montado na China e vendido no mercado americano, o iPod de 30 giga constituiu um caso meticulosamente estudado em uma pesquisa realizada nos EUA em 2007. Dentre outras conclusões, o estudo permitiu comprovar o fato de que nenhum pais individualmente é fonte da totalidade das inovações incorporadas no produto.

Como resultado, a especialização vertical mostra-se como um modelo superior de organização da produção, não somente devido às suas implicações favoráveis sobre a eficiência industrial. Ela também constitui um modelo de divisão internacional de trabalho que contempla a dimensão nacional, proporcionando aos países a capacidade de se apropriar mais amplamente dos ganhos proporcionados pela atividade industrial, incluindo principalmente os decorrentes das externalidades positivas que comumente acompanham a indústria. Por essa razão, a coordenação eficaz dessas cadeias de valor apoia-se necessariamente na firme adesão dos Estados nacionais, por meio de políticas industriais formatadas com essa finalidade. Não sem razão, é visível o esforço americano visando retomar a atividade industrial em vista da sensação hoje prevalecente de que a transferência da manufatura para a Ásia está trazendo um custo significativo em termos de perda de efetividade do sistema de inovação do país.

Nos anos 1960 ou 1970, os teóricos do desenvolvimentismo costumavam afirmar, corretamente, que um mero aumento do peso da indústria no PIB não seria suficiente para configurar um processo de industrialização. Seria necessário muito mais: a indústria teria que se tornar o centro dinâmico do padrão de crescimento econômico, o que significa exercer um papel motriz no modelo de desenvolvimento. Isso exigia, à época, uma crescente internalização da indústria pesada, especialmente os bens de capital, indutores do progresso técnico requerido para a firme expansão da produtividade.

Por essa razão, uma rápida expansão industrial, mesmo que condição necessária, poderia não ser suficiente para configurar um processo de industrialização. Exemplos muito claros de mais indústria sem industrialização eram proporcionados por países que experimentaram rápido crescimento da produção baseado na exploração de mão de obra barata, geralmente em setores ligados às indústrias tradicionais ou, posteriormente, na constituição de maquilas, que são indústrias restritas à montagem local de partes e componentes inteiramente importados.

De modo análogo, na atualidade, a mera redução do peso da indústria no PIB não deve ser considerada como evidência suficiente para configurar um processo de desindustrialização. É necessário que outras transformações no padrão de crescimento da economia tenham lugar e, principalmente, que a atividade industrial perca capacidade de constituir o núcleo dinâmico da economia. No século XXI, evitar essa possibilidade deve ser a “rationale” das políticas de conteúdo local.

David Kupfer é professor e pesquisador licenciado do Grupo de Indústria e Competitividade do Instituto de Economia da UFRJ (GIC-IE/UFRJ) e assessor da presidência do BNDES. Escreve mensalmente às segundas-feiras. E-mail: gic@ie.ufrj.br/ http://www.ie.ufrj.br/gic. As opiniões expressas são do autor e não necessariamente refletem posições do BNDES.

http://www.valor.com.br/opiniao/2785688/comigo-ninguem-ipod#ixzz23ZqXB3VV

Logística e custo-Brasil

Uma contribuição do (quase) aluno Chico, muito interessante – por isso, reproduzo integralmente.
A entrevista foi publicada no DCI.

Um dos setores com maior ênfase em expansão e gargalos neste ano, o mercado de logística segue em um ritmo ascendente, e atrai investidores internacionais, afoitos por uma parcela do mercado de frete e serviços voltados à exportação e importação. Tudo o que envolve a cadeia logística tem uma vitrine neste mês de abril, a realização da maior feira do setor na América Latina, a Intermodal South America, que pode ser replicada depois na Europa, de 15 a 17 de abril, no Transamerica Expo Center, em São Paulo.
Para falar do setor e da mudança de mãos por qual passa o mercado de promoção de eventos corporativos no País, o programa Panorama do Brasil recebe esta semana o especialista no ramo, Tadeusz Polakiewicz , diretor da Intermodal. O executivo conversou com o apresentador do programa, Roberto Müller, e os jornalistas Milton Paes, da rádio Nova Brasil FM e Márcia Raposo, diretora de redação e editora-chefe do DCI. Veja alguns dos principais trechos da entrevista.

Roberto Müller: Como é essa história de comprar e vender uma empresa, e depois comprar de volta e vender de novo?
Tadeusz Polakiewicz
: É sempre bom montar um negócio, chegar a um momento em que ele esteja maduro o suficiente e vender de novo. Acho que todo empresário tem isso como um sonho. Entramos nesse mercado há 16 anos, com meu sócio, no lado de mídia.
Começamos com uma revista, o Guia Marítimo, focada no setor marítimo, daí atendendo a demanda e aos pedidos dos clientes, montamos feiras e depois outras revistas e preenchemos uma lacuna no mercado de atender profissionalmente ao que o usuário, o embarcador de carga precisava, e especialmente a comunidade prestadora de serviços de comércio exterior, fomentando opções e ferramentas de marketing para eles. Com isso, fomos fechando o mercado, despertando o interesse de empresas de fora que queriam entrar.
O primeiro contato foi em 1999, quando fomos assediados por alguns grupos querendo entrar na América Latina. Nosso evento é focado na América Latina, aí tivemos a primeira proposta e fechamos uma venda para o Dahling Mail Group, um grupo de jornais ingleses que também com uma divisão de feiras e negócios, dirigidos a diversos segmentos.
Ficamos trabalhando para essa empresa por três anos e em 2003 eles resolveram sair da América Latina. Eles também tinham aqui uma feira chamada Salão de Duas Rodas e algumas feiras na Argentina. Aqui ajudamos a desenvolver a Off Shore, em Macaé (RJ), voltada ao setor petrolífero que tem um sucesso estrondoso, focado mais para o lado operacional e não para o comercial. Então, em 2003, depois do soluço na Argentina, eles resolveram sair da América Latina e nós ficamos sendo o único produto deles aqui.

Roberto Müller: E daí foi então que o senhor comprou de novo…
Tadeusz Polakiewicz
: Em 2003, eles resolveram investir para a China e nós éramos o único produto no mapa deles, por assim dizer, da estratégia deles na América Latina. Daí compramos de volta com um bom negócio e assumimos novos produtos, compramos uma feira concorrente, uma pequena feira setorial em São Paulo e desenvolvemos o produto mais ainda. Agora, no começo do ano passado, fomos contatados de novo por um outro grupo, que tem o perfil e o empenho em trabalhar na área de transporte operacional, o perfil do portfólio de produtos deles, e acabamos vendendo. Agora, então, a Intermodal faz parte de um grupo inglês, que é conhecido como United Business Media, e várias divisões deles.
Uma delas é focada no setor de feiras especializadas, que chama CMP, e ela já detém alguns eventos aqui no Brasil, nos setores de farmacêutica, restaurantes e bares, de informática, e está com intenção, este ano, de investir em R$ 30 milhões, em novos produtos, em novas feiras.
Agora estamos passando o bastão, a gerência, nosso pessoal todo para esse Grupo, mantendo a mesma estrutura, a mesma qualidade, com possibilidades ainda maiores, como eles já têm um perfil editorial, uma divisão focada no setor de transportes internacional, isso possibilitará nossos expositores maior visibilidade, maior capilaridade no exterior.

Milton Paes: O senhor continua lá?
Tadeusz Polakiewicz
: Continuo até a entrega dessa feira [a Intermodal, realizada em abril]. Depois eu saio porque tenho outras empresas, outros negócios, então vou começar a focar melhor novos negócios.

Márcia Raposo: Eu gostaria de falar um pouco sobre essa Intermodal, porque o DCI tem uma sessão que acompanha com muito carinho os eventos desse setor, e nós vemos que os setores ligados ao comércio exterior têm tido uma afluência inesperada de interessados. Queria que o senhor nos contasse, se essa Intermodal já está vendida faz tempo, se ela vai ser muito grande. Porque o que percebemos que às vezes tem de pegar uma fila para esperar um lugar nessas feiras. É isso mesmo?
Tadeusz Polakiewicz
: Correto. Esses setores, principalmente o setor de transporte internacional de carga, vamos falar em logística. A logística pode ser dividida em dois setores, a nacional, ou doméstica, que é focada na distribuição de um supermercado, de uma fábrica; e a logística internacional, já muito voltada, é claro, ao comércio exterior.
Quando iniciamos o evento, existia essa lacuna. A feira acontece agora, já em sua 14ª edição, e nós começamos também a ter as importações, e com as importações, o comércio exterior brasileiro se fez presente. Nós acompanhamos nesses 15 anos e começamos a ver um crescimento do exterior. Com isso, houve um boom, e a feira tornou-se um ponto de referência, ponto de encontro da América latina. Ela se chama Intermodal South América e é focada a todo o setor.
Com isso, realmente houve uma grande demanda, um crescimento de provedores de soluções logísticas para o comércio exterior, e uma afluência muito grande. Várias empresas surgindo, empresa de fora comprando soluções de provedores locais, e então cresceu muito e realmente o nível de satisfação de uma feira, o nível de sucesso, é medido a partir do índice de renovação da feira.
Então, sim, a feira é vendida. 85% da feira é negociada no próprio evento anterior. Há uma demanda por áreas, nossa intenção não é expandir, nós aumentamos agora a fera em 10%, a capacidade física da feira, ela ocupa agora quatro pavilhões do Transamérica [Expo Center, em São Paulo], mas a nossa idéia é qualificar cada mais o público, e também o lado dos expositores, então a comunidades de prestadores, os líderes dos distintos segmentos, dos serviços de comércio exterior estão lá presentes. Não há necessidade de expandir, não queremos uma feira muito grande, queremos focar como uma feira de negócios, nesse sentido, a feira é um grande sucesso.

Márcia Raposo: Quantos milhões giraram na última edição?
Tadeusz Polakiewicz
: É difícil mensurar, normalmente temos um índice dado pela Fiesp, que a logística internacional representa de 3% a 4 % do PIB, então, esse é um dado bastante relevante. Durante a feira são fechados negócios para ano inteiro, uma montadora vai fechar um acordo com uma companhia de navegação; um armador para uma prestação se serviço anual; um movimentador de contêineres, ou abertura de portos que terminaram como novos terminais, esses tipos de contratos são a longo prazo, então na há um número específico para a feira, mas ela é extremamente representativa para os setor durante todo o ano, então as empresas alocam boa parte de sua verba promocional à Intermodal.

Roberto Müller: No caso, por exemplo da entrada desse grupo inglês, a Intermodal vai ter um aspecto maior, principalmente sobre o ponto da logística internacional? Já nesta edição?
Tadeusz Polakiewicz
: Sim, vai aumentar. É a visibilidade dela, talvez a até a própria exportação da Intermodal para outros continentes; ela já é maior feira das Américas. Tivemos 44 mil visitantes no ano passado, focada realmente em transporte e logística internacional. Nós estamos tentando filtrar cada vez mais, selecionar cada vez mais. O porque disso, é interessante, o que o embarcador, ou seja, o executivo de comércio exterior procura na feira o que ele vai encontrar na feira.
Hoje, o mercado internacional é extremamente competitivo, para que nós consigamos concorrer com um café colombiano, por exemplo, onde nosso café sai daqui ao mesmo preço, a diferença é por centavos de dólar colocado no ponto de destinos. O que vai possibilitar a competitividade melhor do nosso produto é a entrega no destino final, então a logística é um valor agregado ao marketing muito grande, então esses embarcadores procuram através varias empresas prestadoras de serviços de comércio exterior, vantagens logísticas que na contabilidade final, possibilitem que seu produto chegue a Roterdam, Nova York ou Cingapura, por um valor mais em conta e com isso ele é mais competitivo com nosso vizinho.
Quem carrega realmente hoje o comércio exterior brasileiro não é tanto o Estado, vendo o abandono das estradas. Esse sonho eterno de tapa buracos, vamos dizer assim, passiva, enquanto em outros países, nosso colegas pensam no porto que vai ter daqui a 10 anos um problema de sobrecarga, então, enquanto eles investem em novos portos, novas estradas, nós aqui estamos tapando buracos.
Quem carrega a logística realmente hoje é o prestador de serviços de comércio exterior, porque o produto brasileiro que sai de fábrica hoje, é um produto em primeira mão, realmente em estado de arte, quando ela sai do portão do exportador brasileiro, ele começa a bater na burocracia, bater de frente com os buracos, o frete aumenta, a falta da infra-estrutura portuária, esse tipo de entrave quem consegue facilitar é uma transportadora, é um equipamento diferente, é um pregador de serviços, um armador, opções que possibilitem esse exportador ultrapassar esses entraves que existem no comércio exterior.

Roberto Müller: É possível que o novo controlador da Intermodal replique essa experiência em outros países, porque o Brasil, tem uma participação ainda restrita no comércio internacional, não obstante o crescimento significativo dos últimos anos, exportando o modelo de feiras.
Tadeusz Polakiewicz
: Na indústria de feiras nós temos vários players e cada um segmentado por uma temática, então temos organizadores de feiras especializados em informática, alguns em petróleo, alguns em setores de varejo dos mais diversos e há uma concentração, um foco por setor. No foco de transporte, comércio exterior a nossa fórmula provou ser muito interessante. Havia até uma feira nos Estados Unidos há alguns anos atrás, onde o foco acabou sendo o hardware do comércio exterior, quer dizer só para os equipamentos, e o nosso foco foi sempre andar de mãos dadas como embarcador de cargas, e essa é uma fórmula de sucesso.

Milton: A Intermodal é anual e acontece agora em abril?
Tadeusz Polakiewicz
: Em São Paulo, de 15 a 17 de abril. Acontece anualmente, no primeiro semestre. A idéia dos novos controladores, sim, é expandir, é exportar esse modelo, eventualmente para índia, ou Estados Unidos, dessa trazer os embarcador, então isso nós sentimos que é uma lacuna no mercado e a United Business Media, tem essa possibilidade, junto com a divisão de revistas dela que são vários títulos, tem estatísticas de comércio exterior, que possibilitam esse contato com mercado durante os outros 11 meses do ano.

Márcia Raposo: Queria voltar a um tema muito interessante para nós, brasileiros. Você tocou num ponto que eu acho ser um desafio para os empresários de comércio exterior, quando um produto sai dos muros da fábrica e tenta chegar no porto. Acho que deve ter uma grande parcela desse empresário que procura fazer com que o produto dele não chegue com embalagem quebrada em Amsterdã, não chegue torto em Hong Kong. Como é que a Intermodal tem abrigado essa gente, se eles são a maior parte?
Tadeusz Polakiewicz
: Hoje o prestador de serviço de logística internacional tem que ter um acordo com a sua parceira ou a sua própria empresa no exterior que ofereça os serviços no ponto de entrega, no destino final. Para levar o produto porta-a-porta tem que ter uma capilaridade de serviços muito grande, porque do mesmo jeito que atende uma exportação para Angola, ele vai atender uma exportação para Cingapura, ou Alaska. Precisa ter ali parceiros que atendam esse lado Quando nós vimos há alguns anos várias empresas internacionais de logística vindo para a América Latina, e vários governos investem nisso, o alemão, por exemplo, através da DHL, que é do Deutsche Post. Investindo também em companhia aéreas, tamanha é a importância da logística hoje para a economia.
O que aconteceu, quando essas empresas vieram aqui para o Brasil, houve várias aquisições, acordos, onde os líderes, as prestadoras de serviços locais forma adquiridas por elas, porque o know-how, a tropicalização da logística, não há como nós possamos influenciar uma logística no sudeste da Ásia, ou antigos países da Europa que têm sua peculiaridade. Nós aqui também temos, então eles precisam desses parceiros, e as empresa brasileiras tem um know-how, de passar pelo lado burocrático, realmente ímpares, então, elas que conseguem sair através desse meandro, desses entraves, que travam o comércio exterior, nem tanto uma avaria, algum problema assim.
Mas, hoje o comprador de um produto brasileiro, vê que entre o produto brasileiro ou o indiano a diferença é mínima, é quem consegue colocar ali no tempo que ele precisa o just in time a logistic. Hoje você entra na produção mesmo, você está entregando o produto ali na linha de produção, então você atrasa cinco dias, por congestionamento de portos, por causa da safra em Paranaguá, ou por greve de transporte ferroviário, ou por não ter infra-estrutura e levar mais tempo para chegar ali. Isso acaba sendo levado em conta pelo comprador do nosso produto, então ele acaba pensando, com vou contratar alguém que realmente coloque o produto ali no dia, ou em questão de horas. Muitas vezes os malotes ou curriers levam 24 horas.

Roberto Müller: Não sei se tem como o senhor dinamizar isso, mas qual é a visão no exterior em relação ao Brasil, a logística e esses entraves burocráticos?
Tadeusz Polakiewicz
: Não perdemos nada para nenhum fabricante no exterior, temos inclusive boa parte da exportação entre o comércio internacional interfábricas, ou seja, uma empresa provedora de serviços automobilísticos enviando para sua filial num outro setor, mas os entraves são vistos ainda sim como problemas e hoje já vemos um certo êxodo de empresas mudando de local, indo para Argentina, indo para a China, onde quer que seja, nós estamos exportando nossas empresas por motivos logísticos muito fortes, mais que trabalhistas.

Post longo, mas o assunto é relevante…..