Começo com a notícia, publicada pela Época Negócios (íntegra AQUI):
O Ministério da Educação (MEC) dá nesta quinta-feira (3/07) o pontapé inicial para a construção da chamada Base Nacional Comum da Educação Básica, que prevê o que os estudantes brasileiros devem aprender a cada etapa escolar. Previsto na Constituição e na Lei de Diretrizes e Bases (LDB), esse dispositivo nunca foi elaborado.
A Secretaria de Educação Básica (SEB) do MEC recebe nesta quinta um documento que será o “desencadeador” do debate nacional sobre o tema. O texto foi coordenado pela ex-diretora de currículos e educação integral da pasta, Jacqueline Moll. “Estamos propondo uma discussão em regime de colaboração onde estejam presentes o MEC na condução, secretarias e uma participação mais ampla possível”, disse ao Estado a titular da SEB, secretária Maria Beatriz Luce. “O MEC está aberto a construir conjuntamente se a Base Nacional será menos ou mais detalhada.”
Depois do longo processo de discussão do Plano Nacional de Educação (PNE), sancionado no mês passado pela presidente Dilma Rousseff (PT), esse deve ser o debate que vai mobilizar o setor talvez nos próximos anos. A criação de uma base nacional sempre esteve acompanhada de resistência de setores de pesquisadores, que temem um engessamento da autonomia do professor. O respeito a diferenças regionais também é temido.
Além de definir com mais clareza o que se espera que os alunos aprendam nas determinadas fases escolares, a Base Nacional ainda guiará o processo de avaliação e da própria formação de professores. Hoje, as diretrizes da Prova Brasil (avaliação federal da educação básica) e do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) servem de indutores dos currículos municipais e estaduais, mas são considerados genéricos.
A articulação em torno do tema conta com a participação da União de Dirigentes Municipais e do Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed) e também do Conselho Nacional de Educação (CNE). “O compromisso com o CNE é que o MEC coloque o documento para a apreciação online, e todo o País envie sugestões. Isso deve acontecer até o final de agosto”, disse Rosa Neide Soares, representante do Consed.
(PEÇO AO DILETO LEITOR QUE VEJA O QUE A JAQUELINE MOLL ESCREVE EM SEU BLOG. Ela é quem está coordenando essa estrovenga do MEC. Lá está toda a ladainha de Paulo Freire e outras bugigangas que a esquerda ama, mas que produzem, na prática, o descalabro que temos hoje na educação brasileira)
Numa prmeira avaliação, a notícia parece ser boa, certo?!
Em tese, ao menos, seria uma boa notícia. Afinal, um professor sabe que um dos maiores problemas em sala de aula é a variação/diversidade do nível de educação dos alunos. Quando há, numa mesma sala, alunos muito avançados e outros muito atrasados, o rendimento médio da turma fica comprometido; por outro lado, se uma turma/sala reune alunos com nível semelhante, ainda que seja um nível baixo, é mais fácil ter um rendimento bom.
Na prática, porém, essa notícia me deixa bastante aflito. Isso porque a turma do MEC que está aí é aquela turminha de gente burra, ignorante, despreparada e que faz parte da linha dos boçais que acham que não há problemas em ensinar para os alunos que é perfeitamente “aceitável” falar e/ou escrever “nós pega o peixe”, sob a tacanha justificativa de que ensinar a língua portuguesa correta seria “preconceito linguístico“.
Não apenas isso: o MEC, em tempos de PT e asseclas, é pródigo em enfiar um conteúdo não apenas ideológico mas errado (e ignorante) em provas nacionais como ENEM e ENADE. Aqui está um caso, apontado pelo Mansueto Almeida:
Nos últimos anos, já nos acostumamos com os problemas do ENEM. Primeiro, como sempre lembra o jornalista Elio Gaspari, o Ministério da Educação nunca conseguiu fazer duas provas do ENEM por ano como havia prometido há algum tempo. Segundo, tivemos alguns casos de fraudes com o ENEM, que parecem que foram solucionados. Terceiro, ano passado tivemos o escândalo da correção das redações, quando se descobriu que algumas redações receberam notas máximas apesar de erros de ortografia e concordância.
Agora, o presidente do INSPER, Claudio Haddad, nos brinda com uma entrevista nas páginas amarelas da Veja no qual mostra que ele, um PhD em economia por Chicago, errou metade das questões do ENADE que, segundo ele, é uma prova com forte conteúdo ideológico. O ENADE é o Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade) que tem o objetivo de aferir o rendimento dos alunos dos cursos de graduação em relação aos conteúdos programáticos, suas habilidades e competências. O exame faz parte do Sinaes (Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior) e objetivo é avaliar a qualidade dos cursos de formação superior.
Um governo sério deveria convida-lo para se reunir com a cúpula do Ministério da Educação e com um painel de acadêmicos para discutir suas críticas. Quem fez essas críticas não foi alguém sem conhecimento de causa. Mas um profissional que montou uma das melhores faculdades de economia e administração do Brasil e vai montar um novo curso de engenharia.
Isso é um assunto muito sério. O que impressiona é que essa avaliação critica do ENADE não tenha sido feita pelo próprio Ministério da Educação. Para acabar com eventuais mal entendidos, Congresso Nacional deveria fazer audiência pública sobre o assunto e chamar Claudio Haddad.
Graças ao bando de “especialistas de meia tigela do PT” que foram colocados no MEC graças à mais rasteira politicagem, o analfabetismo no país está piorando a olhos vistos. Aqui uma notícia de 2013 (na íntegra AQUI):
Mais da metade (55,4%) dos alunos do 3º ano do ensino fundamental no país não leem e não interpretam um texto de forma correta, segundo informações da 2ª Avaliação Brasileira do Final do Ciclo de Alfabetização, a Prova ABC, divulgada hoje (25) pelo movimento Todos pela Educação. Os dados mostram que 44,5% dos estudantes atingiram pontuação acima do nível 175, que indica proficiência adequada em leitura. O 3º ano é a série considerada limite para a alfabetização, segundo o Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa (Pnaic).
Está aumentando o número de professores que distorcem fatos (especialmente históricos) para enfiar a ideologia das esquerdas analfabetas em crianças e adolescentes – e o MEC não apenas deixa, mas muitas vezes ajuda, incentiva isso! Concomitantemente, existem por aí alguns “professores” que, sinceramente, me fazem corar de vergonha (alheia)…
Essa turma que está no MEC, e que está coordenando o desenvolvimento do currículo nacional, é aquela turminha que adora falar em PRECONCEITO LINGUÍSTICO:
Neste momento já é consabido que o MEC aprovou o livro “Por uma Vida Melhor”, da professora Heloísa Ramos, que defende a idéia revolucionária de ser fisicamente possível falar “nós pega o peixe”, sem punição divina imediata com um raio nos fundilhos. O argumento é que o maior dos problemas em usar tal sentença nas CNTP é sofrer “preconceito lingüístico”. Em outras palavras, o maior problema está em quem ouve, não em quem profere.
Pela primeira vez o Brasil secular descobriu o que se estuda porta adentro das ignotas faculdades de Letras (visto que nenhum letrando parece dominar muito bem a gramática normativa) – por lá o que se faz são discussões bizantinas como o “preconceito lingüístico”, além de outras patranhas a respeito da “sociedade de classes”. Muitos “especialistas” em algo indefinido (especialistas em preconceito?) vieram a público explicar seu ponto de vista. Sendo uma área do saber humano em que há teorias rivais terçando armas entre si pela propriedade da verdade, é hora de um especialista no assunto mostrar o lado inverso dessa patacoada.
O preconceito lingüístico é um conceito marxista criada pelo sociólogo Nildo Viana como demonstração de outra forma de opressão e luta de classes. Seu maior defensor, calcado em escritos de Pierre Bordieu, é o professor da UnB Marcos Bagno. Seu opúsculo “Preconceito Lingüístico – O que é, como se faz” vendeu feito pão quente e colonizou mentes pós-púberes em todo o Brasil. Outro monumento à sabedoria simiesca de sua autoria é “A Norma Oculta – Língua & Poder na Sociedade Brasileira”. É um interessante exercício de antropologia escatológica descer às minudências malcheirosas destes livros.
(…) Após a publicação na imprensa do livro aprovado pelo MEC ensinando o molusquês (que angariou a bagatela de R$700 mil para a autora operária e R$5 milhões para a editora, num país famoso por sua incultura), que muitos afirmaram ser mais uma obra do petismo barbarizando o país. Não foi outro senão o próprio Marcos Bagno que veio a público defender a autora. Segundo o esbulho, quem está comentando o caso são jornalistas que não têm conhecimento sobre lingüística, que apenas confirmam mais preconceito. Lingüisticamente falando, não há certo e errado. E nada tinha a ver com o PT.
Eu copiei aqui apenas um trechinho curto de um excepcional artigo sobre o caso do MEC que pode (e deve!) ser lido na íntegra AQUI. Vale a pena.
Em suma: a turminha do MEC que está trabalhando (sic) no tal currículo nacional não passa de um grupo de tietes de Paulo Freire – o que significa que a educação no Brasil vai ficar muito, muito pior.
Um comentário sobre “O que significa o “currículo nacional” do MEC aparelhado e recheado de boçais?”