Que preguiça da “política” brasileira….
A mais nova questão, que anda monopolizando jornais, é a mal sucedida criação do partido político da melancia Marina Silva (AQUI). O interessante dessa estória toda é o seguinte: diz-se que a Marina Silva tem um capital político enorme, em decorrência dos cerca de 20 milhões de votos que recebeu em 2010…
Sei, sei…
Vamos falar o português claro? Por que 20 milhões de eleitores votaram na Marina Silva, mas ela não conseguiu as 492 mil assinaturas necessárias para a criação do partido?
Ainda que consideremos que entre aqueles 20 milhões de votos (um absurdo, aliás!) muitos eram algum tipo de “protesto” ou apenas esgotamento (momentâneo?) da ridícula disputa PTxPSDB, era de se esperar que pelo menos 1 milhão de eleitores se dispusessem a assinar as fichas para criação do partido, não?
Por que isso não aconteceu?
Vejo algumas possibilidades. Fica nítido para mim que um dos fatores (o mais importante deles) é a incompetência. E ela vem associada à prepotência. A despeito de ser uma incompetente, que passou anos e anos a fio sem fazer absolutamente nada de relevante para o Brasil (seja como Senadora pelo PT, como Ministra do Lulla, como militante do PT), Marina Silva se acha uma divindade, ela se acha superior a tudo e a todos. Marina Silva, mesmo sem nunca ter demonstrado competência para nada concreto e útil, se acha a última Coca-Cola do deserto, a “iluminada“.
Mas ela não passa de MAIS UMA oportunista e incapaz querendo tirar uma lasquinha de um sistema político ridículo que temos no Brasil. Recomendo um EXCELENTE texto, que está AQUI no original:
Ela não é diferente: para tentar chegar ao poder, Marina Silva rasga o próprio discurso
Exame – A senhora se vê num amplo arco de alianças, inclusive com partidos mais tradicionais, no caso de nova candidatura presidencial? Marina Silva – As pessoas partem do princípio de que isso que está aí é o que é, é o que será e não haverá oportunidade para mais nada. Se for isso, então tem gente que faz melhor do que eu. Se não compreendemos que está sendo demandado um novo arranjo político para o país, então não estamos aprendendo nada com o que está acontecendo nas ruas. (Marina Silva, em entrevista para a Revista Exame, em 31 de julho de 2013).
A declaração acima é apenas uma das muitas que Marina Silva deu, desde o início de 2011, para reafirmar uma mentira: que ela é diferente – e queria criar seu próprio partido porque aqueles que aí estavam não lhe serviam.
Mais perigoso que um político, só um político que se reveste de um manto de pureza e santidade. Porque se o primeiro é uma dúvida, o segundo é uma mentira deslavada.
Como eu disse, há alguns dias, que aconteceria, Marina acaba de se filiar a um daqueles partidos que, até ontem, não lhe serviam. O escolhido foi o PSB do governador pernambucano Eduardo Campos. E, enquanto escrevo este post, ela se contorce, diante da imprensa, na elaboração de outra fábula para iludir aqueles que a acreditam diferente: a de que o PSB ofereceu melhores condições para dar guarida à sua moribunda Rede de Sustentabilidade – e que ela, Marina, não se filiou com vistas à candidatar-se à presidência em 2014 .
Só há uma razão para Marina ter escolhido o PSB: o fato de que, até o momento, Eduardo Campos não consiga ultrapassar os 5% nas pesquisa eleitorais. Marina quer muito se candidatar à presidência em 2014. E só escolheu o PSB porque ali o candidato potencial tem se mostrado fraco – será fácil fazê-lo desistir.
Acaba de nascer, pois, uma nova mentira. Mas não se iludam: os tolos passarão um bom tempo achando que nasceu uma nova esperança.
*Ps: dedico este post ao tolinho comentarista que, outro dia, furioso com o que eu escrevi sobre Marina, me encheu de desaforos e depois lascou: “Não são “desafios” como o de vocês que vão fazer com que Marina não concorra à presidência caso o partido não vingue. É a coerência e ética dela que o farão.”
O pior de tudo é o seguinte: pelo que se tem hoje, em 2014 a eleição será decidida entre o “muito ruim” e o “péssimo”. Dilma, Marina, Eduardo, Aécio… são estas as opções?
Rejeito todos.
Gostaria de ter um candidato que defendesse, abertamente, sem firulas, sem medo, o fim dos bolsas-esmolas, a valorização da meritocracia, privatizações dessas tranqueiras estatais ineficientes, investimentos do governo em áreas importantes (o que exclui, obviamente, Copa, Olimpíadas, comidas e talheres caríssimos para o Palácio do Planalto), abertura ao comércio internacional, redução de impostos e combate à corrupção.
Infelizmente, nem Dilma nem Marina, nem Eduardo nem Aécio têm desejo nem tampouco capacidade para fazer nada disso.
O Brasil, com estas opções, não corre nenhum risco de dar certo.